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FMI pede aos EUA que aumente teto da dívida

Segundo fundo, o objetivo da medida é evitar "graves consequências" para os mercados mundiais

O FMI pediu ainda a consolidação da política fiscal no país (Alex Wong/Getty Images)

O FMI pediu ainda a consolidação da política fiscal no país (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2011 às 12h10.

Washington - O Fundo Monetário Internacional instou nesta quarta-feira os Estados Unidos a aumentarem "o mais rápido possível" o limite da dívida federal a fim de evitar um "choque" que poderia gerar "graves consequências" para o país e os mercados mundiais.

"O teto da dívida federal deveria incrementar-se o mais rápido possível para evitar um choque que pudesse ter graves consequências na economia e nos mercados financeiros mundiais", disse o FMI em seu relatório anual sobre a economia americana.

As conversas entre a Casa Branca e o Congresso para aumentar o teto de endividamento de US$ 14,29 trilhões estão em ponto morto, o que aumenta o temor de que não se alcance um acordo até a data limite de 2 de agosto e os EUA tenham que declarar uma moratória.

O fundo destaca em seu relatório que a dinâmica da dívida nos Estados Unidos é "insustentável" e adverte ao país que perder a credibilidade fiscal seria "sumamente prejudicial".

Dado esse cenário, o organismo multilateral insistiu em que a consolidação da política fiscal deve de seguir "seu curso".

"O principal desafio de política econômica consistirá em realizar um esforço considerável e durável de consolidação fiscal garantindo ao mesmo tempo em que a recuperação ainda frágil siga seu curso", indica o FMI em seu relatório.

Nesse sentido, aponta que a redução do déficit proposta no orçamento apresentado em fevereiro pode ser "excessivamente intensa" no período inicial dada a fragilidade cíclica e, ao mesmo tempo, "insuficiente" para estabilizar a dívida para meados da década.

O fundo considera que o acordo político inicial sobre um plano de consolidação de médio prazo de grande alcance se baseia em supostos macroeconômicos realistas como eixo central de uma estratégia de ajuste fiscal "crível e ciclicamente adequada".

"De fato, com um plano multianual bem definido, o ritmo de redução do déficit de curto prazo poderia adaptar-se em maior medida às condições do ciclo sem solapar a credibilidade", aponta o relatório.

O fundo considera que o ajuste fiscal deveria iniciar-se no exercício 2012. Segundo o FMI, um ajuste primário estrutural acumulativo dos 7,5 percentuais do PIB, ao redor de 1,5% até o ano 2016 alcançaria o objetivo de estabilizar o coeficiente de endividamento em direção a meados da década e depois reduzi-lo gradualmente.

O FMI mencionou que a política monetária flexível do Federal Reserve (Fed, banco central americano) "provavelmente siga sendo adequada durante algum tempo" sempre e quando as perspectivas de inflação não mudem "consideravelmente".

O estudo publicado nesta quarta-feira insta aos EUA a seguir avançando na implementação "oportuna e exaustiva" da reforma financeira.

O FMI prevê que os Estados Unidos cresçam 2,5% em 2011 e 2,75% em 2012, com redução lenta do desemprego.

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