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FMI: pandemia pode ameaçar 30 anos de luta contra desigualdade de gênero

A crise afeta mais as mulheres do que os homens, já que elas ocupam empregos nos setores mais atingidos

Mulheres: pandemia de covid-19 pode comprometer os progressos alcançados pelas mulheres nas últimas três décadas (Michelle Freyria/Reuters)

Mulheres: pandemia de covid-19 pode comprometer os progressos alcançados pelas mulheres nas últimas três décadas (Michelle Freyria/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de julho de 2020 às 17h20.

Última atualização em 21 de julho de 2020 às 18h30.

A pandemia de covid-19 pode comprometer os progressos alcançados pelas mulheres nas últimas três décadas para reduzir a desigualdade econômica em relação aos homens, destacou a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) no site da entidade, nesta terça-feira, 21.

A crise de saúde, que gerará uma contração do PIB global de 4,9%, afeta mais as mulheres do que os homens, já que estas ocupam mais empregos nos setores mais atingidos, como indústria de serviços, comércio varejista ou a hotelaria.

Nos Estados Unidos, cerca de 54% das mulheres atuam em setores nos quais o trabalho remoto não é uma possibilidade e no Brasil essa porcentagem chega a 67%.

O FMI observou que as mulheres também são prejudicadas pela tendência de realizar mais trabalhos domésticos não remunerados. Em média, cerca de 2,7 horas por dia.

"Elas assumem essencialmente as responsabilidades familiares que derivam do confinamento, por exemplo o fechamento das escolas", destacou o FMI.

E uma vez que a economia reabre, a situação não melhora já que os especialistas alertaram que é mais difícil para as mulheres encontrar trabalho em período integral.

O FMI destacou que é crucial que as autoridades "adotem medidas para limitar os efeitos adversos da pandemia para as mulheres."

Neste sentido, a entidade elogiou a Coalizão Latino-americana para Empoderar as Mulheres, criada em abril a pedido da vice-presidência da Colômbia e Costa Rica e da Cepal.

Também celebrou as medidas adotadas na Áustria, Itália, Portugal e Eslovênia para conceder licença remunerada, embora parcial, aos pais com filhos menores de uma certa idade e também destacou uma iniciativa da França de dar permissão aos pais afetados pelo fechamento das escolas.

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