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FMI: flexibilização do yuan é boa, mas não é suficiente

Washington - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, elogiou a China por seus planos de revalorizar sua moeda, mas apontou que o governo de Pequim deve fazer mais e que não espera uma apreciação rápida do yuan. "É claro que a valorização do yuan vai na direção certa e nós ainda estamos […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Washington - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, elogiou a China por seus planos de revalorizar sua moeda, mas apontou que o governo de Pequim deve fazer mais e que não espera uma apreciação rápida do yuan. "É claro que a valorização do yuan vai na direção certa e nós ainda estamos querendo que isso aconteça, mas vai levar tempo para o yuan atingir seu valor normal de mercado", avaliou a autoridade.

"Nós ainda acreditamos que o yuan está subvalorizado", comentou Strauss-Kahn, acrescentando que a apreciação da moeda é do interesse de Pequim, mas alertando que essa não é a solução de todos os desequilíbrios comerciais com os Estados Unidos.

Os comentários de Strauss-Kahn podem não ser bem recebidos na China, que tem se aborrecido com as observações de autoridades estrangeiras sobre sua moeda. A China deu um pequeno passo na direção de afrouxar a fixação do yuan em relação do dólar no dia 19 de junho, a tempo de evitar ser repreendida na reunião do G-20 neste último fim de semana. Embora a moeda só tenha subido cerca de 0,5% desde o anúncio, foi o suficiente para que os chineses evitassem críticas por manter o yuan artificialmente baixo com o objetivo de estimular o crescimento econômico doméstico por meio das exportações.

Hoje o yuan caiu levemente em relação ao dólar, com as esperanças de uma valorização mais forte sendo ofuscadas pela falta de comentários oficiais sobre a política da câmbio da China durante a reunião do G-20. No mercado de balcão, o dólar subiu para 6,805 yuans, de 6,7900 yuans na sexta-feira.

Strauss-Kahn também disse que vai ser difícil incluir o yuan na cesta de moedas que forma o Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do FMI até que seja permitido que a moeda chinesa flutue. Os SDRs são um ativo de reserva internacional usado como unidade de pagamento nos empréstimos do FMI. A cesta - atualmente composta por dólar, euro, iene e libra - é revista a cada cinco anos, com a próxima revisão marcada para o fim de 2010. "Eu acho que vai ser difícil incluir o yuan antes dele chegar realmente ao valores de mercado", comentou a autoridade.

No ano passado, o presidente do Banco do Povo da China (o banco central do país) argumentou que os SDRs poderiam substituir o dólar como a moeda dos ativos de reservas internacionais e defendeu a inclusão do yuan na cesta.

Strauss-Kahn disse ainda que a reunião do G-20 deveria ser vista como um sucesso, mesmo com os países adotando diferentes estratégias para tentar melhorar suas economias. Os líderes do G-20 apresentaram a intenção comum de conter os déficits nos orçamentos e os crescentes níveis das dívidas, mas decidiram adotar diferentes caminhos para promover o crescimento e tornar seus sistemas financeiros mais seguros. As estratégias divergentes são um sinal de quão desigual e frágil a recuperação econômica permanece, com a Ásia e a maioria dos países da América Latina crescendo rapidamente, a Europa ficando para trás e os EUA em algum lugar entre essas duas situações.

O diretor do FMI disse que a economia da Índia estava "indo muito bem", com o crescimento devendo alcançar níveis próximos aos da China, mas alertou que os crescentes preços dos alimentos no país são uma preocupação. Após cancelar uma visita para o país para ajudar a lidar com a crise da dívida da Europa, Strauss-Kahn disse que pretende visitar a Índia no terceiro trimestre.

Strauss-Kahn também aprovou a reforma no mercado de trabalho da Espanha, que pretende encorajar a contratação ao reduzir o alto custo da demissão, destacando que isso vai ajudar a erguer a economia sem prejudicar as finanças públicas do país. As informações são da Dow Jones.

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