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FMI e UE pedem esforços extras da Grécia para recuperar economia

País espera diminuir seu déficit em 2% para voltar ao mercado internacional no final de 2011

A Grécia vai receber ao todo 110 milhões de euros do FMI e UE (Andreas Trepte/Wikimedias Commons)

A Grécia vai receber ao todo 110 milhões de euros do FMI e UE (Andreas Trepte/Wikimedias Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2010 às 16h36.

Atenas - A União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram nesta terça-feira um esforço extra de Atenas para conter o déficit e aplicar mudanças estruturais, após concordar com a liberação do terceiro lance do pacote de ajuda financeira.

O representante do FMI no país, Poul Thomsen, da União Europeia, Servaas Deroose, e do Banco Central Europeu (BCE), Denis Blenck, apresentaram em Atenas as conclusões da segunda missão de inspeção sobre desempenho da economia grega.

A terceira parcela do empréstimo será de 9 bilhões de euros, de um total de 110 milhões de euros estipulado para salvar a economia da Grécia da situação fiscal.

Mas os especialistas internacionais alertaram os gregos que ainda faltam esforços extras para reduzir o déficit de 16 bilhões de euros até 2014.

Em 2011, a atenção dos membros europeus, assim como a do FMI, se centrará na capacidade da Grécia de cumprir o programa de reformas estruturais no setor público.

"Temos muito trabalho pela frente. Foi um ano difícil e continuará sendo", disse o ministro de Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, pouco após a divulgação do relatório dos especialistas do FMI, do BCE e da UE.

O ministro acrescentou que em 2011 o foco será cortar o desperdício do setor público com a redução de seu tamanho, fechando organismos e reduzindo o número de funcionários.

O titular ressaltou que em um ano a Grécia reduziu o déficit em 14 bilhões de euros (passando de 15,4% do PIB para 9,5%) e espera diminuir outros 2% até 2011, e chegar em 7,5% do PIB.

O quarto lance de 15 bilhões de euros, sendo 10,9 bilhões de euros procedentes da zona do euro e 4,1 bilhões de euros do FMI, deverá ser aprovado após uma visita prevista para fevereiro quando serão avaliados os progressos alcançados até o período.

"É preciso reduzir o déficit em 30 bilhões de euros em cinco anos, passando dos 36 bilhões de euros em 2009 para 6 bilhões de euros em 2014", destacou Papaconstantinou.

O ministro das Finanças reforçou sua confiança de que a Grécia estará em condições de retornar aos mercados internacionais no fim de 2011.

Os orçamentos estatais para 2011 apresentados no Parlamento na semana passada contemplam um plano de economias e cobranças do Estado de 14 bilhões de euros.

O severo programa de austeridade adotado pelo Governo este ano gerou protestos dos principais sindicatos, que convocaram uma greve geral, a sétima do ano, para o dia 15 de dezembro.

Além disso, os sindicatos de empregados públicos (ADEDY) e privados (GSEE), junto a outros centros de trabalhadores, convocaram uma greve de três horas para quinta-feira, dia 25 de novembro.

Por outro lado, mais de 40 mil toneladas de lixo permanecem espalhadas pelas ruas de Atenas pelo quinto dia devido à greve dos empregados das Prefeituras, em protesto pela reforma na administração local que impõe um corte nos postos de trabalho.

Já os trabalhadores de portos não compareceram no trabalho nesta terça-feira, causando problemas na maioria dos itinerários de navios na Grécia, acordaram prolongar a greve em outras 48 horas.

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