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FMI divulga sugestões ao G20 sobre equilíbrio global

A nota do FMI reitera que apenas as iniciativas políticas cooperativas e sincronizadas, para reduzir as vulnerabilidades podem sustentar a recuperação global

Sede do FMI: reequilibrar o crescimento mundial é tarefa coletiva (Divulgação/IMF)

Sede do FMI: reequilibrar o crescimento mundial é tarefa coletiva (Divulgação/IMF)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 20h11.

São Paulo - Na reunião do último fim de semana em Paris, o FMI exortou os ministros das Finanças e dirigentes de bancos centrais dos países do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) a trabalharem juntos para reequilibrar a economia global. A nota da equipe técnica do FMI, divulgada hoje, diz que o ritmo desigual da recuperação da economia mundial sugere que a perspectiva para um crescimento mais equilibrado e mais sustentável é limitada. Embora os riscos diante dos países avançados continuem a ser de desaceleração, as economias emergentes estão enfrentando uma ameaça crescente de superaquecimento, à medida que a turbulência política no Oriente Médio e no Norte da África puxa para cima os preços do petróleo e de outras commodities.

"Iniciativas políticas cooperativas e sincronizadas, para reduzir as vulnerabilidades e reequilibrar o crescimento, são necessárias para sustentar a recuperação global", diz a nota. A reunião do G-20 produziu um acordo sobre como medir os desequilíbrios econômicos globais, mas as objeções da China a incluir as taxas de câmbio como indicador resultaram em um comunicado vago.

A nota do FMI reitera a posição de que a moeda chinesa continua "substancialmente subvalorizada" e de que a apreciação do yuan ajudaria a reequilibrar a economia e a conter pressões inflacionárias. Para o Fundo, a China e outros países emergentes que têm superávits comerciais deveriam permitir a valorização de suas moedas, para conter os fluxos de capital e controlar a inflação.

O texto também diz que "nas últimas semanas, a turbulência social no Oriente Médio elevou as preocupações quanto a interrupções na oferta de petróleo e levou os preços para cima, embora, até agora, a oferta real tenha permanecido inalterada". Ainda assim, o Fundo elevou sua projeção básica para o preço médio do petróleo em 2011 para US$ 94,75 por barril; a projeção anterior, de janeiro, era de US$ 89,50 por barril.

A nota registra outro risco que estaria surgindo para a economia global a partir de "uma correção potencialmente aguda" dos preços dos imóveis na China.

Sobre câmbio, o FMI diz que a desvalorização do dólar pode contribuir para reequilibrar a economia e que o euro e o iene estão em linha com os fundamentos de médio prazo.

O Fundo também exorta os EUA a apresentarem rapidamente um plano com credibilidade para reduzir seus déficits orçamentários no médio prazo e nota que o acordo entre o governo do presidente Barack Obama e a oposição republicana para prorrogar os cortes de impostos adotados durante o mandato de seu antecessor, George W. Bush, teve um "grande custo orçamentário" e um impacto apenas modesto na aceleração da recuperação econômica.

"Novas elevações nas taxas de retorno dos bônus, resultantes de preocupações com a situação fiscal, são um risco importante para a perspectiva fiscal dos EUA e para o crescimento mundial, particularmente se não for apressado um plano de consolidação que tenha credibilidade", acrescenta a nota. As informações são da Dow Jones.

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