Mundo

FMI apoia veto de Milei à lei de reforma previdenciária da Argentina

Câmara dos Deputados da Argentina votou nesta quarta-feira, em uma sessão especial, a manutenção do veto do presidente ao projeto de reforma da previdência

Javier Milei, presidente da Argentina (Juan MABROMATA/AFP Photo)

Javier Milei, presidente da Argentina (Juan MABROMATA/AFP Photo)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 18h20.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiou nesta quinta-feira o veto do governo de Javier Milei à lei de reforma previdenciária da Argentina e enfatizou a importância de o país cumprir as metas fiscais.

“Ficamos sabendo dos recentes acontecimentos no Congresso e continuamos a enfatizar a importância do cumprimento das metas fiscais para apoiar uma maior redução da inflação e melhorar a credibilidade geral da política”, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em entrevista coletiva.

A Câmara dos Deputados da Argentina votou na quarta-feira, em uma sessão especial, a manutenção do veto de Javier Milei ao projeto de reforma da previdência, o que representou uma vitória para o político ultraliberal e suas políticas de equilíbrio fiscal.

O aumento adicional para aposentados e pensionistas havia sido aprovado por ampla maioria. O projeto de lei estabelecia uma fórmula de atualização mensal para os benefícios que combinava o índice de inflação e a variação média dos salários formais, além de um ajuste extraordinário de 8,1%.

Na opinião do governo de Milei, isso significava “gastos exorbitantes” para o Estado, que colocariam em risco o equilíbrio fiscal.

Em um cenário de crise econômica na Argentina e com uma inflação anual de 236,7% - uma das mais altas do mundo -, 65% dos 6,5 milhões de aposentados e pensionistas do país recebem valores mínimos, que em agosto giravam em torno de US$ 235 (pela taxa de câmbio oficial atual) e, somados aos reforços emergenciais, chegam a US$ 308. Essa renda representa 82% do salário mínimo legal.

O FMI tem um acordo de refinanciamento da dívida com a Argentina, condicionado ao cumprimento de determinadas metas fiscais e econômicas, e que contém revisões a cada três meses.

Em junho, o Conselho Executivo do órgão aprovou a oitava revisão do acordo com o país, permitindo um desembolso imediato de aproximadamente US$ 800 milhões.

Portanto, uma nona revisão está próxima e, conforme Kozack disse hoje, “os dados até meados de 2024 sugerem que as metas fiscais e de reservas foram cumpridas e que as autoridades continuam a lidar com os desequilíbrios de longa data que o país enfrenta”.

“A implementação do programa resultou em uma redução considerável da inflação e há sinais de uma recuperação incipiente da atividade econômica e dos salários reais”, acrescentou.

O valor total envolvido no acordo do FMI com a Argentina soma cerca de US$ 41,4 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier Milei

Mais de Mundo

Peru decreta emergência em três regiões afetadas por incêndios florestais

Putin reconhece que residentes das regiões fronteiriças estão enfrentando dificuldades

Rival de Maduro na Venezuela diz que assinou documento sob 'coação' e o considera nulo

Príncipe saudita descarta acordo com Israel sem reconhecimento do Estado palestino