Lagarde: “a falta de equilíbrio prejudica a todos, pois o nosso mundo está interconectado, qualquer pensamento de dissociação é uma miragem” (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2011 às 17h57.
Brasília – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou hoje (15) que os países em desenvolvimento, também chamados de emergentes, não estão imunes aos impactos da crise econômica internacional. Em tom de advertência, ela apelou para que os líderes mundiais adotem medidas de “reequilíbrio”, o que segundo ela, é uma necessidade de “interesse global” e também “nacional”.
“A falta de equilíbrio prejudica a todos, pois o nosso mundo está interconectado, qualquer pensamento de dissociação é uma miragem”, disse Christine, em entrevista coletiva, em Washington. “Se as economias avançadas sucumbirem à recessão, os mercados emergentes não vão escapar. Ninguém vai. O reequilíbrio é do interesse global, mas também é de interesse nacional.”
Segundo ela, os países emergentes avançam economicamente, porém ainda apresentam fragilidades. “Os países de baixa renda têm experimentado um crescimento razoável, mas permanecem altamente vulneráveis às perturbações econômicas a partir de outras partes do mundo”, disse.
A diretora-gerente do FMI elogiou o pacote econômico lançado pelo governo norte-americano, que tenta alavancar a economia do país e estimular a geração de empregos. “À luz da crise do emprego nos Estados Unidos, eu os parabenizo pelas recentes propostas do presidente Barack Obama para lidar com o crescimento [econômico] e o emprego”, disse.
Ao se referir aos líderes europeus, em especial aos que estão na Itália, na Grécia e na Espanha, que sofrem com a crise interna econômica, Christine recomendou rigor na adoção de medidas. “Na Europa, os governos devem tratar com firmeza seus problemas por meio de medidas sólidas e credíveis”, disse.
Ela pediu que a comunidade internacional se una na tentativa de ajudar os países da região denominada Chifre da África, que sofre com a seca e a fome, principalmente a Somália e o Quênia. “Há uma catástrofe devastadora. Esses países precisam da ajuda da comunidade internacional com urgência”, disse.
A diretora-gerente do FMI lembrou ainda dos conflitos que atingem o Oriente Médio e o Norte da África e que levarão a uma “transformação histórica”. Segundo ela, as pessoas buscam uma vida melhor e um trabalho decente. Ela ressaltou que o FMI reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Transição da Líbia, comandado pela oposição, como capaz de conduzir o governo provisório no país.