Lagarde, diretora-gerente do FMI: fundo quer reformas na Grécia, na Irlanda e em Portugal (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2011 às 13h31.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta terça-feira que a crise de dívida soberana da zona do euro ameaça não só a Europa, mas a recuperação global, e pediu esforços mais "sistemáticos" para restaurar a confiança nos mercados.
"O contágio pode ser amplo se as tensões nos países da zona do euro em crise se transferirem a outros membros", afirmou o organismo, que insistiu que "os atrasos na resolução das crises poderiam ser caras para a zona do euro e a economia global".
Luc Everaert, responsável do FMI pelas políticas para a zona do euro, explicou nesta terça-feira em entrevista coletiva telefônica que a prioridade da região deve ser enfrentar a crise para evitar contágios. "O que é bom para a eurozona também é bom e essencial para o resto do mundo", declarou.
Everaert considerou que para conter a crise nos países periféricos e evitar que os problemas se estendam a outras grandes economias, como Itália e Espanha, é necessária uma "rotunda implementação" dos programas de reforma na Grécia, Irlanda e Portugal.
O representante europeu insistiu na necessidade de aumentar os recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) para auxiliar países com problemas de financiamento e torná-lo mais flexível.
Everaert destacou que é preciso "esclarecer" o mais rápido possível a participação do setor privado na solução da crise e ressaltou que serão necessários passos adicionais para reforçar a disciplina fiscal. Além disso, a zona do euro deve melhorar sua governabilidade e atuar de forma mais coordenada, em terrenos como o da supervisão.
Já os 24 integrantes do Conselho Executivo do FMI, que analisaram na segunda-feira o relatório anual sobre a economia europeia, indicaram em comunicado que é necessário manter o "apoio monetário não convencional" pelo tempo que for necessário e também aumentar os níveis de capital dos bancos além dos requisitos do Acordo da Basileia.