Refugiados chegam a Ilha grega de Lesbos: os países terão de se unir em torno de uma abordagem global, disse representante (Reuters / Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2015 às 10h25.
Genebra - O fluxo atual de quase 8 mil imigrantes por dia chegando à Europa pode ser apenas a ponta do iceberg e os governos têm de trabalhar para pôr fim à guerra civil síria para evitar deslocamentos maiores de pessoas, disse a agência de refugiados da ONU nesta sexta-feira.
"Eu não vejo isso diminuindo, não vejo parando. Quando muito, dá uma indicação, talvez, de que essa é a ponta do iceberg", afirmou Amin Awad, coordenador regional de refugiados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em entrevista à imprensa.
"(Será assim) enquanto não houver solução para a Síria, enquanto não houver estabilização das condições de refugiados nos países vizinhos. Portanto, têm que ser feitos esforços."
Questionado sobre se a Europa deve preparar-se para mais alguns milhões de imigrantes, ele disse: "Se em poucos meses você tem mais de meio milhão, certamente isso poderia acontecer."
Os países terão de se unir em torno de uma abordagem global, disse ele, sugerindo que o ônus estava sobre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, para que acabem com a guerra.
"Os governos que podem fazer a diferença são os governos que são os responsáveis por influenciar o destino político e a segurança global do mundo hoje. Os líderes de nossa geração têm que se mover muito rapidamente para encontrar uma solução para o problema da Síria antes que se torne mundial."
Ele parabenizou a União Europeia pela decisão de contribuir com 1 bilhão de euros para o esforço humanitário da ONU, mas disse que não era o suficiente, e que a situação requer mais do que dinheiro.
A ONU também está se preparando para o agravamento da situação humanitária no Iraque, vizinho da Síria.