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Flórida usa nova droga para executar homem condenado à morte

Uso do novo medicamento letal encerra um período de 18 meses sem execuções no estado norte-americano

Manifestantes protestam contra a pena de morte na Flórida, nos Estados Unidos (Phil Sears/Reuters)

Manifestantes protestam contra a pena de morte na Flórida, nos Estados Unidos (Phil Sears/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 08h54.

Miami  - O estado da Flórida executou nesta quinta-feira Mark Asay, de 53 anos e condenado à morte pelo assassinato de duas pessoas, com um medicamento nunca antes utilizado em uma injeção letal e com o qual encerra um período de 18 meses sem execuções neste estado.

A morte de Asay ocorreu depois de receber na Prisão Estatal da Flórida, no norte do estado, uma injeção letal que incluiu pela primeira vez o sedativo etomidato no composto de três fármacos, em substituição do polêmico midazolam.

O detento foi executado pelas mortes do afro-americano Robert Lee Booker e de Robert McDowell no centro de Jacksonville, no norte da Flórida, em 1987.

Asay matou Booker após proferir ofensas de cunho racial e McDowell, que no momento do seu assassinato estava vestido como mulher, depois de oferecer-lhe dinheiro para uma operação de mudança de sexo.

A execução de Asay, a 17ª deste ano nos Estados Unidos, aconteceu depois que nesta quinta-feira a Corte Suprema dos Estados Unidos rejeitou um recurso apresentado pela sua defesa.

Com a morte de Asay se encerrou um período de 18 meses neste estado em que as execuções ficaram suspensas após uma decisão da Corte Suprema.

Pouco após a execução de Oscar Ray Bolin, em 7 de janeiro de 2016, o máximo tribunal determinou que as execuções neste estado eram inconstitucionais, porque se dava muito poder aos juízes e não aos jurados.

Perante essa decisão, o governador da Flórida, Rick Scott, assinou depois uma lei que requeria uma recomendação unânime do jurado para a aplicação da pena capital.

A execução de hoje significou ainda o uso de um novo fármaco em substituição do midazolam, que esteve envolto em controvérsia por sua falta de efetividade na hora de sedar os condenados, em parte pela dificuldade de conseguir a quantidade suficiente que assegura as sedações.

Tanto o acesso ao midazolam como agora ao etomidato são difíceis para as autoridades, dado que as empresas farmacêuticas se opõem ao uso dos seus produtos para a pena de morte.

Um porta-voz da companhia Janssen, uma divisão da gigante farmacêutica Johnson & Johnson e que criou o etomidato, declarou esta semana ao jornal "The Washington Post" que seu medicamento não foi desenvolvido para matar prisioneiros.

"A Janssen descobre e desenvolve inovações médicas para salvar e melhorar vidas", ressaltou ao jornal Greg Panico, porta-voz da empresa.

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