Barack Obama cumprimenta Raúl Castro: em nível nacional, 56% dos questionados se mostrou a favor da mudança na política dos EUA para Cuba (Chip Somodevilla/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 18h26.
Miami - Quase dois terços, 63%, dos moradores da Flórida, nos Estados Unidos, são favoráveis a uma "normalização" nas relações dos Estados Unidos com Cuba, 7% a mais que em nível nacional, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo centro de estudos Atlantic Council.
O estudo destacou não só o sólido respaldo da população da Flórica a um processo de normalização das relações dos EUA com Cuba, contra os 30% que se opõem, também o forte apoio (64%) que esta opção recebe entre os indagados no condado de Miami-Dade, "a capital extra-oficial dos cubano-americanos", especificou a pesquisa.
"A crença" sustentada durante anos era de que o condado, o mais povoado da Flórida, com mais de 2,5 milhões de habitantes, seria "o bastião das medidas a favor do embargo" desaparece e dá margem, segundo os dados da pesquisa, a "mais crucial medida e um novo apoio à mudança na política americana" sobre Cuba.
O apoio da Flórida a uma "normalização das relações com Cuba ou um compromisso mais direto" com a ilha chega aos 64% no condado de Miami-Dade, a mesma porcentagem que nos condados de Broward e Palm Beach, e chega aos 73% no centro, norte e sul do estado.
Em nível nacional, 56% dos questionados se mostrou a favor da mudança na política dos EUA para Cuba, e chega aos 62% na comunidade latina.
O respaldo "à normalização" é maior entre os democratas (60%) do que entre os republicanos (52%), enquanto 60% dos independentes se mostrou também partidário da mudança.
"O apoio é majoritário entre os democratas, mas a maioria dos republicanos também respalda a normalização", enfatizou o estudo, dirigido por Peter Schechter, diretor do Adrienne Arsht Latin América Center, e Jason Marczak, subdiretor desta instituição.
No entanto, 67% da população da Flórica considera "particularmente persuasivo o argumento" usado pelos cubano-americanos para "manter o status e a política dos EUA" para Cuba, em referência ao embargo.
Esta porcentagem se mostrou "convencida" do argumento de que "os cubano-americanos apoiam a atual política americana para Cuba porque põe pressão econômica sobre o regime de Castro, enquanto dá assistência aos cidadãos cubanos".
O estudo, realizado por telefone em inglês e em espanhol com 1.024 adultos entre 7 e 22 de janeiro tem uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais em nível nacional, e de 4% na Flórida.
A pesquisa foi divulgada em meio ao pedido do ex-governador republicano da Flórida, e candidato nas eleições de novembro, pede o fim do embargo dos EUA contra Cuba e considera que é hora de começar a investir na ilha.
O estudo também detalha que os homens (61%) se inclinam "mais significativamente do que as mulheres (51%) a favor de uma mudança da política dos EUA".