A Fitch quer que o BCE e a UE tomem mais medidas para conter a crise (Daniel Roland/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 13h12.
Bruxelas - A agência de classificação de risco Fitch diminuiu a importância das medidas tomadas por Bruxelas e Frankfurt para combater a crise da dívida e afirmou que essas iniciativas são insuficientes para solucionar os problemas nos países da moeda única.
Em um relatório sobre a dívida na Eurozona publicado nesta terça-feira, a Fitch apontou que a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e a compra de títulos italianos e espanhóis pelo Banco Central Europeu (BCE) "são passos na boa direção para assegurar a estabilidade financeira", mas não parecem suficientes.
As medidas "são insuficientes na hora de dar uma resposta completa à crise de confiança da Eurozona", declarou o texto.
Para a Fitch, "até que não haja uma recuperação econômica ampla e uma redução maior do déficit, são prováveis novos episódios de volatilidade nos mercados e as degradações da qualificação de dívida continuarão".
A agência americana alertou, inclusive, que alguns países da Eurozona "podem não ter tempo" para promover as reformas.
Além disso, a Fitch advertiu que as reservas dos cidadãos às medidas de austeridade "aumentam o risco de países com desequilíbrios em suas contas, como a Espanha, de serem mais vulneráveis a contágios da crise de confiança dos investidores de crise como a grega ou a portuguesa".
Sobre a Espanha, que ostenta uma qualificação "AA", a agência destacou que, apesar de contar com uma percentagem de dívida pública das mais baixas (60%), o país deve fazer grandes esforços para enfrentar seu déficit fiscal.
Apesar de o relatório reconhecer o compromisso político espanhol com a consolidação fiscal, o maior risco "vem dos Governos regional e local".
Sobre o resgate grego, a Fitch assinalou que a redução dos juros para a devolução de seus programas de ajuda e a extensão dos prazos "oferecem à Grécia uma janela de oportunidades para ganhar certa solvência".