Mundo

Finlândia detonou míssil russo para esclarecer caso de MH17

A Finlândia tinha em seu poder mísseis antiaéreos Buk de fabricação russa similares aos que, segundo os primeiros indícios, derrubaram o avião


	MH17: a Promotoria holandesa entrou em contato com as autoridades finlandesas para pedir ajuda na investigação
 (Reuters)

MH17: a Promotoria holandesa entrou em contato com as autoridades finlandesas para pedir ajuda na investigação (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 14h08.

Helsinque - O presidente da <a href="https://exame.com.br/topicos/finlandia"><strong>Finlândia</strong></a>, Sauli Niinistö, confirmou nesta sexta-feira que seu país detonou em segredo um míssil antiaéreo <a href="https://exame.com.br/topicos/russia"><strong>russo </strong></a>Buk para auxiliar as autoridades da Holanda a esclarecer a queda do voo MH17 da <a href="https://exame.com.br/topicos/malaysia-airlines"><strong>Malaysia Airlines</strong></a> em julho de 2014, no qual morreram 298 pessoas.</p>

Niinistö convocou uma entrevista coletiva de urgência para explicar o papel da Finlândia nas investigações do grupo de analistas internacionais que na quarta-feira apresentaram um relatório, onde concluem que o avião foi abatido por um míssil Buk usado desde Rússia a uma zona do leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-Rússia.

O líder finlandês se mostrou inusualmente zangado em seu encontro com a imprensa devido ao vazamento a um meio holandês dos testes realizados na Finlândia por parte de alguém próximo à investigação.

Segundo Niinistö, a Promotoria holandesa entrou em contato com as autoridades finlandesas no outono de 2014 para pedir ajuda na investigação, já que a Finlândia tinha em seu poder mísseis antiaéreos Buk de fabricação russa similares aos que, segundo os primeiros indícios, derrubaram o avião.

Entre outros testes, a Promotoria holandesa pediu à Finlândia que detonasse um dos mísseis e enviasse os restos do projétil para que pudessem ser examinados por especialistas.

"Nessa solicitação, a Holanda pediu que o assunto fosse levado totalmente em segredo até que fosse apresentadas acusações e se iniciasse o processo penal, momento no qual seriam revelados os testos realizados na Finlândia", afirmou Niinistö.

O presidente e o governo finlandês decidiram ter acesso ao pedido holandesa e manter os testes técnicos em segredo, apesar da cláusula de confidencialidade do contrato de compra dos mísseis Buk e a possível reação da Rússia.

"O pedido da Holanda nos causou muitas dores de cabeça e longas reflexões. Certamente que a Finlândia queria ajudar a resolver esse horrível crime, mas existiam as limitações do direito internacional do comércio", disse Niinistö.

As autoridades finlandesas informaram ao Kremlin do pedido da Promotoria holandesa no final de 2014 e comunicaram que pensavam rm colaborar na investigação da tragédia, embora não chegaram a tratar o tema de forma bilateral.

Desde então, a Finlândia enviou "material" à Holanda várias vezes, segundo Niinistö, embora sempre tentando respeitar as condições de confidencialidade do contrato assinado com a Rússia. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaFinlândiaHolandaMalaysia AirlinesPaíses ricosRússia

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'