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Finlândia aprova apoiar resgate financeiro a Portugal

Em contrapartida, o país pede que Lisboa cumpra certas condições para garantir a devolução do empréstimo

O apoio finlandês representa tirar o último empecilho para o resgate financeiro (Getty Images)

O apoio finlandês representa tirar o último empecilho para o resgate financeiro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 12h56.

Copenhague - A comissão parlamentar de assuntos europeus da Finlândia aprovou hoje apoiar o resgate financeiro da União Europeia a Portugal em troca de que Lisboa cumpra certas condições para garantir a devolução do empréstimo.

A proposta seguiu em frente por 15 votos contra cinco graças ao apoio do Partido Social-Democrata (SDP), que há dois dias tinha chegado a um acordo com os conservadores, os centristas e o minoritário Partido Popular Sueco (SFP).

Os representantes do Partido de Centro votaram contra e os cinco de Verdadeiros Finlandeses e a Aliança de Esquerda se abstiveram.

O apoio finlandês representa tirar o último empecilho para o resgate financeiro, que será discutido na segunda-feira em Bruxelas pelos ministros de Finanças da UE (Ecofin) e que deve ser aprovado por unanimidade.

A comissão autorizou o líder conservador e ministro da Economia interino, Jyrki Katainen, negociar sobre a questão com os outros ministros do Ecofin.

Katainen, que quase com segurança será o próximo primeiro-ministro finlandês, tinha negociado o acordo prévio com a presidente do SDP, Jutta Urpilainen.

Entre outras coisas, Jutta e Katainen querem que o Governo de Lisboa garanta a devolução dos empréstimos concedidos mediante a venda de propriedades públicas.

Além disso, exigem que se inclua no programa de resgate a participação dos investidores privados, o que está contemplado no Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) que entrará em vigor em 2013.

Ambos os líderes acertaram também que a Finlândia apoie a ampliação do fundo de resgate temporário, para garantir que conte com a capacidade suficiente de empréstimo e possa enfrentar novas situações de crise.

O apoio ao resgate financeiro ameniza também as difíceis negociações para a formação de um novo Governo após as eleições do diz 17 de abril, uma vez que os ultranacionalistas Verdadeiros Finlandeses anunciaram que permaneceriam na oposição por não estar de acordo com o apoio a Portugal.

Os Verdadeiros Finlandeses foram os grandes vencedores das últimas eleições, passando de ser o partido minoritário do Parlamento com cinco cadeiras para a terceira força com 39 deputados, graças principalmente a suas posturas eurófobas e antimigração.

Nessas eleições o Partido de Centro, até então a primeira força do país, sofreu uma enorme derrota ao perder 16 de suas 51 cadeiras.

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