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Financiamento de países pobres pode ser o sucesso da COP21

Os países-membros do G77 querem financiamento para suportar a transição para a energia verde e para se adaptar ao impacto das mudanças climáticas


	COP 21: delegados de 195 países, que devem resolver o máximo de divergências até amanhã
 (REUTERS/Alessandro Bianchi)

COP 21: delegados de 195 países, que devem resolver o máximo de divergências até amanhã (REUTERS/Alessandro Bianchi)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 09h52.

Os países em desenvolvimento fizeram um alerta para o risco de fracasso das negociações na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, se os países ricos não se envolverem no financiamento da luta contra o aquecimento global.

"Queremos novos compromissos em matéria de financiamento", afirmou a embaixadora sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, presidente do grupo G77 + China (que deve o nome ao número inicial de países que o constituíam, tendo-se posteriormente alargado), um grupo de 134 países pobres ou emergentes que inclui aqueles que serão particularmente afetados pelas mudanças climáticas.

Os países-membros do G77 querem financiamento para suportar a transição para a energia verde, para se adaptar ao impacto das mudanças climáticas e para compensar os danos daí resultantes.

Embora alguns dos seus membros, como a China e a Índia, estejam atualmente entre os maiores poluidores do planeta, o grupo tem, historicamente, pouca responsabilidade na emissão de gases de efeito estufa.

Em 2009, os países ricos prometeram aumentar a ajuda para chegar aos US$ 100 bilhões por ano em 2020.

De acordo com relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, esse auxílio foi US$ 62 bilhões em 2014.

A questão do financiamento não é, contudo, a única em aberto, pois delegados de 195 países, que devem resolver o máximo de divergências até amanhã (5), divulgaram ontem (3) um novo projeto de acordo com pouco mais de 50 páginas e alterações tidas como irrelevantes.

"O número de opções em aberto não foi reduzido" e permanece "perto das 250", observou Matthew Orphelin, porta-voz da Fundação Nicolas Hulot, convidando os delegados a acelerar antes de passar os assuntos aos seus ministros, na próxima semana.

Por outro lado, Enele Sosene Sopoaga, o primeiro-ministro de Tuvalu, ilha do Pacífico ameaçada pela subida do nível do mar, lamentou o fato de os discursos dos 150 chefes de Estado e de governo que, na segunda-feira (30), afirmaram a sua determinação em agir, não terem uma "tradução concreta" em decisões e medidas.

"O texto está, em grande parte, inalterado", acrescentou Tasneem Essop, da organização ambientalista internacional WWF, ironizando: "Ainda estão mudando o lugar das cadeiras no convés para ter uma melhor visão do icebergue".

Para a ministra do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal, "é normal que haja um ou dois dias para pôr em ritmo a máquina das conversações", sendo este um "momento de maturação necessário", mas "é impensável imaginar um fracasso".

O objetivo da COP21 é alcançar, até 11 de dezembro, um acordo para limitar o aumento do aquecimento global a 2º Celsius, relativos aos níveis da era pré-industrial, levando em conta que já se verificou um aumento de 1 grau na Terra.

No total, 525 mil pessoas morreram devido a cerca de 15 mil fenômenos extremos, particularmente furacões, que causaram perdas estimadas em cerca de US$ 3 trilhões em 20 anos, tendo Honduras, Myanmar e Haiti sido os países mais afetados.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sem a redução das emissões de gases de efeito estufa, em 2080 mais 175 milhões de pessoas podem estar desnutridas.

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