FIM DO G-20: discursos contra o protecionismo marcaram o dia / Damir Sagolj/ Reuters (Damir Sagolj/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2016 às 19h06.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h44.
Fim da reunião do G-20
Terminou nesta tarde o encontro dos membros do G-20, que acontece na cidade de Hangzhou, na China. Ao longo do fim de semana, líderes das principais economias do mundo discursaram contra o protecionismo, e na fala de encerramento, o presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que os países vão “apoiar mecanismos de comércio multilateral” e “opor-se ao protecionismo para reverter declínios no comércio global”. Por outro lado, as discussões levantaram a importância de um crescimento mais “sustentável e inclusivo”, nas palavras da diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde. Um dos assuntos debatidos foi o equilíbrio da oferta de aço no mercado — a China responde por metade da produção mundial e tem um excedente de 300 milhões de toneladas. Temas como a paz na Síria e o projeto nuclear da Coreia do Norte também foram abordados.
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Mais detalhes do Brexit
O Parlamento do Reino Unido discutiu nesta segunda-feira alguns pontos para iniciar sua retirada formal da União Europeia. Chefe de uma secretaria recém-criada para articular os termos da saída, David Davis afirmou que o país não dará as costas à Europa, mas apontou que não é necessário pertencer à UE para acessar efetivamente o mercado único. Dois meses após o referendo que decidiu pelo chamado Brexit — quando 51,9% dos britânicos optaram por não continuar no bloco —, o governo descartou a possibilidade de uma nova votação, requisitada por uma petição assinada por 4,1 milhões de pessoas. Em viagem à China para a reunião do G-20, a premiê Theresa May voltou a afirmar que “o Reino Unido deixará a União Europeia”. De qualquer forma, o processo formal de saída só começará em 2017.
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Merkel ameaçada
Para a copresidente do partido Alternativa para a Alemanha, Frauke Petry, o país chegou ao “início do fim da era Merkel”. A declaração vem depois de o partido de Petry — de direcionamento populista e de direita — vencer as eleições no estado rural de Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental, outrora considerado um reduto da União Democrata Cristã, legenda de Merkel. O partido da chanceler conseguiu apenas o terceiro lugar, com 19% dos votos, atrás também do SPD, de centro-esquerda. Com a vitória, o Alternativa para a Alemanha aumenta sua presença no Legislativo e promete fazer uma oposição ferrenha às propostas de Merkel — sobretudo à política de abertura aos refugiados da chanceler.
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Bayer e Monsanto: reunião final?
O conselho diretor da farmacêutica Bayer vai se reunir na próxima quarta-feira 14 para discutir se aumentará sua oferta pela agroquímica Monsanto. Depois de ter diversas propostas rejeitadas — a última foi uma oferta de 65 bilhões de dólares, cerca de 125 dólares por ação —, a Bayer estuda se partirá para uma aquisição hostil. A decisão deve ser anunciada no dia 20 de setembro.
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SoftBank e ARM: compra finalizada
O banco japonês SoftBank anunciou nesta segunda-feira que concluiu os trâmites para a compra da criadora de chips ARM. Anunciada em julho, a transação custou 24,3 bilhões de libras — o equivalente a 31 bilhões de dólares na cotação da época. Esse é o maior valor da história do Reino Unido e também o maior da história do SoftBank — que já adquiriu empresas como a e-commerce chinesa Alibaba e tenta, com a compra da ARM, ingressar no mercado da chamada “internet das coisas”. Dona do maior valor de mercado entre as empresas de tecnologia britânicas, a ARM fabrica vários dos componentes utilizados em equipamentos de Samsung, Huawei e Apple.
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SpaceX: 50 milhões
Depois de ter seu satélite Amos-6 destruído numa falha de lançamento na última semana, a empresa de telecomunicações israelense Spacecom poderá cobrar 50 milhões de dólares da companhia de transporte espacial SpaceX, do bilionário Elon Musk — responsável pela base em que o acidente ocorreu, na Flórida. No domingo, o governo israelense também afirmou que poderá fornecer cerca de 205 bilhões de dólares à Spacecom para que reconstrua o Amos-6, como investimento no programa espacial do país — a Spacecom é cobiçada também pela chinesa Beijing Xinwei Group, que ofereceu 285 bilhões pela companhia em agosto.