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Fim do comunismo não foi totalmente bom, diz Vaticano

Segundo autoridade, o fim do movimento não foi bom para o critstianismo porque trouxe de volta as tensões entre Roma e a Rússia


	Papa Francisco: o pontífice se reunirá com o patriarca ecumênico Bartolomeu, em Istambul, neste mês
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco: o pontífice se reunirá com o patriarca ecumênico Bartolomeu, em Istambul, neste mês (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 18h01.

Por Tom Heneghan - O fim do comunismo na Europa, que completou 25 anos nesta semana, não foi totalmente positivo para o cristianismo porque trouxe de volta as tensões entre Roma e a Rússia, disse uma importante autoridade do Vaticano nesta segunda-feira.

O cardeal Kurt Koch, principal autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana para as relações entre Igrejas, disse que o ressurgimento das Igrejas Católicas do Oriente na Ucrânia e na Romênia após décadas de repressão criaram tensões maiores com a Igreja Ortodoxa Russa.

Líderes ortodoxos acusaram a Igreja Católica Grega Ucraniana, alinhada ao Vaticano, de tentar tomar igrejas de volta e de afastar fiéis do Patriarcado Ortodoxo de Moscou. A Igreja ucraniana e o Vaticano negam as acusações.

Prelados de Moscou citam esse impasse como um obstáculo para relações mais estreitas entre as Igrejas Ortodoxa e Católica Romana, que por décadas rezou pela conversão da União Soviética para então encontrar nos ortodoxos um parceiro difícil.

"As mudanças em 1989 não foram vantajosas para as relações ecumênicas", disse Koch à Rádio Vaticano. "As igrejas Católicas do Oriente proibidas por Stalin ressurgiram, especialmente na Ucrânia e na Romênia, e dos ortodoxos veio a antiga acusação sobre Uniate e proselitismo." "Uniate" se refere às igrejas do Oriente com liturgias ortodoxas que reconhecem o papa como líder espiritual.

O papa Francisco se reunirá com o patriarca ecumênico Bartolomeu, em Istambul, neste mês. O chefe espiritual ortodoxo apoia uma maior cooperação com Roma, mas não pode ignorar os russos, que são dois terços dos 300 milhões de ortodoxos do mundo.

Koch, que falou uma semana depois do aniversário de 25 anos da queda do Muro de Berlim e no mesmo dia que os tchecos marcaram o início de sua revolução democrática, lembrou que as conversas sobre relações mais próximas entre teólogos católicos e ortodoxos ficaram suspensas de 2000 a 2006 por causa de tensões entre os dois lados.

"Sempre há recuos, mas estou confiante de que podemos fazer mais progressos", disse.

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