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Fim do arroz para paella? Agricultores acreditam que regulação da UE pode acabar com o produto

Prato é típico da região de Valencia, na Espanha, e é feito com arroz, carnes, frutos do mar e verduras

Paella: prato é tradicionalmente feito com um arroz cuja produção tem sido atacada por fungos. (Me Vá/Divulgação)

Paella: prato é tradicionalmente feito com um arroz cuja produção tem sido atacada por fungos. (Me Vá/Divulgação)

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 10h43.

Uma variedade de arroz tradicionalmente usada para fazer paella está ameaçada por um fungo, após a União Europeia proibir um pesticida do qual os agricultores dizem depender. As informações são da Reuters.

A paella é um prato típico da região de Valencia, na Espanha, feito com arroz, carnes, frutos do mar e verduras, em uma espécie de guisado. A ameaça a um de seus ingredientes principais é mais uma uma reclamação do setor agrário no bloco, que tem protestado nas últimas semanas contra o Acordo Verde da União Europeia e por melhores condições de produção. 

Três produtores de arroz na região de Valência disseram que sua colheita de arroz bomba, uma variedade cultivada quase exclusivamente na Espanha, foi a metade da média de 10 anos em 2023 como resultado do fungo Pyricularia, que causa a doença da brusone do arroz.

A UE, em 2018, deixou de autorizar o triciclazol porque considerou que poderia ser prejudicial à saúde humana. Ele havia sido usado por 40 anos para combater o fungo que afeta o arroz bomba nos pântanos da Espanha, disseram os agricultores.

O arroz bomba "provavelmente vai desaparecer", disse Miguel Minguet, um agricultor de arroz no Parque Natural da Albufera, em Valência, para a agência de notícias Reuters. "Nossa colheita será perdida por causa das regulamentações."

Segundo os agricultores europeus, exportadores como Brasil, Índia e Camboja usam amplamente o pesticida para proteger suas próprias colheitas. Os produtos importados precisam respeitar os níveis de resíduos estabelecidos pela UE, disse um porta-voz da equipe do Pacto Verde Europeu.

A Comissão Europeia foi forçada a recuar, com a presidente Ursula von der Leyen propondo na última terça-feira a retirada do plano da UE de reduzir pela metade o uso de pesticidas.

A maior rede de supermercados da Espanha, Mercadona, confirmou escassez nos últimos meses, mas o suprimento "está se recuperando gradualmente em quase todas as nossas lojas na Espanha", disse.

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