François Fillon: partido se encontra dividido por conta da investigação sobre o candidato (AFP / Mehdi Fedouach)
EFE
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 14h34.
Paris - O representante da direita nas eleições presidenciais da França, François Fillon, se reuniu nesta quarta-feira com o ex-presidente e antigo rival nas primárias Nicolas Sarkozy para tentar recuperar o apoio do partido, que se encontra dividido por conta da investigação sobre o candidato.
Fillon impulsionou este encontro na terça-feira com a intenção, segundo a imprensa local, de utilizar a experiência de Sarkozy para atrair apoio à sua candidatura e calar as vozes consideram suas chances nulas.
"Esta troca com o ex-presidente é normal em um contexto geral político, econômico e social extremamente difícil", disseram à Agência Efe fontes do gabinete de Fillon, segundo as quais o ambiente da conversa foi "franco".
Desde a derrota nas primárias, Sarkozy manteve um comportamento discreto, mas a imprensa noticiou que em um primeiro momento ficou contente com o escândalo que atingiu o antigo rival, com quem a relação é distante.
Fillon utilizou como arma durante a campanha os problemas de Sarkozy com a justiça: "Quem imagina o general de Gaulle acusado?", disse o então pré-candidato, que ressaltou que um candidato à presidência deve ser "irrepreensível".
O impacto da polêmica sobre os possíveis empregos fictícios da esposa e dos dois filhos de Fillon com dinheiro público ocorreu depois que Sarkozy elevou o tom.
O semanário satírico "Le Canard Enchaîné" divulgou que o ex-presidente não acredita que Fillon passará do primeiro turno das presidenciais.
O líder das vozes dissidentes é o deputado sarkozista Georges Fenech, que reiterou nesta quarta-feira que manter a candidatura levará à derrota e lamentou à "Radio Classique" que "ninguém ou quase ninguém queira dizer a verdade" a Fillon e que todas as informações que questionam sua probidade o impedem de fazer campanha.
Uma última pesquisa divulgada pelo instituto Ifop situa Fillon em terceiro lugar nas intenções de voto do primeiro turno, atrás do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron (19,5%) e da ultradireitista Marine le Pen (25,5%).