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Fillon é favorito contra Juppé para liderar direita francesa

Primeiro turno, que teve forte mobilização, eliminou o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que ficou num distante terceiro lugar

Nicolas Sarkozy, que fracassou em sua tentativa de um segundo mandato presidencial, anunciou imediatamente que vai apoiar Fillon no segundo turno (Valery Hache/AFP)

Nicolas Sarkozy, que fracassou em sua tentativa de um segundo mandato presidencial, anunciou imediatamente que vai apoiar Fillon no segundo turno (Valery Hache/AFP)

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AFP

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 09h47.

A campanha para eleger no próximo domingo o candidato da direita francesa nas eleições presidenciais de 2017 começa nesta segunda-feira entre dois ex-primeiros-ministros, o favorito e muito conservador François Fillon e o veterano e mais moderado Alain Juppé, após um primeiro turno que eliminou o ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Fillon, que de forma inesperada venceu com folga, terá no segundo turno 54% dos votos, contra 46% para Juppé, segundo uma pesquisa divulgada no domingo pelo instituto Opinionway.

O primeiro turno, que teve forte mobilização e superou os quatro milhões de eleitores, eliminou Sarkozy, que ficou num distante terceiro lugar.

Fillon, primeiro-ministro de Sarkozy de 2007 a 2012, obteve 44,1% dos votos, superando Juppé, chefe de Governo de Jacques Chirac entre 1995 e 1997, que conseguiu 28,6% dos votos.

A vitória de Fillon representou uma virada espetacular na campanha, que era dominada, segundo as pesquisas, por Sarkozy e Juppé.

Parece difícil que no segundo turno Juppé consiga superar a vantagem de 15,5 pontos percentuais de Fillon, que na noite de domingo já recebeu o apoio pessoal de Sarkozy (20,6% dos votos).

As atuais pesquisas excluem a esquerda, enfraquecida pelo dessgate do poder e divisões internas, do segundo turno das eleições de 2017, que seriam disputadas pela direita e a extrema-direita.

Fillon enfrentaria no segundo turno a dirigente de extrema-direita Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional, a quem as pesquisas prognosticam uma importante quantidade de votos no primeiro turno.

As pesquisas anunciam uma vitória do candidato da direita frente a Le Pen, mas o triunfo inesperado do republicano Donald Trump nos Estados Unidos e, meses antes, do Brexit no Reino Unido recomendam prudência.

Nicolas Sarkozy, que fracassou em sua tentativa de um segundo mandato presidencial, anunciou imediatamente que vai apoiar Fillon no segundo turno.

Fillon, de 62 anos, um católico fervoroso, pai de cinco filhos, apresentou durante a campanha um programa muito liberal em temas econômicos e muito conservador em questões sociais.

O ex-primeiro-ministro propõe, entre outras medidas, suprimir meio milhão de empregos públicos, terminar com a semana trabalhista de 35 horas e restringir as ajudas sociais.

Fillon se pronunciou contra a lei que autoriza o casamento homossexual e a adoção de crianças por casais gays. Além disso, propõe fixar cotas anuais de imigração e retirar a nacionalidade dos franceses que combatem com os extremistas.

Juppé, de 71 anos, tentará descontar a grande vantagem de seu adversário com "um combate projeto contra projeto".

Nos últimos dias de campanha, quando as pesquisas começaram a destacar sua ascensão espetacular, Juppé, concentrado até então em Sarkozy, ele começou a criticar o programa de Fillon.

"Fillon tem o programa menos concreto", criticou Juppé.

Os dois candidatos começaram nesta segunda-feira a se preparar para o último debate televisivo da campanha, previsto para quinta-feira.

Os assessores de Juppé já lançaram os primeiros dardos contra Fillon.

"A mim chama a atenção a falta de coerência do projeto econômico de François Fillon, me preocupa suas orientações diplomáticas. Sua proximidade com Putin é contrária aos interesses da França e dos cristãos do Oriente", afirmou o deputado de direita Hervé Mariton, que apoia Juppé.

A esquerda e a Frente Nacional, o partido de Le Pen, também começaram a orientar seus ataques contra Fillon.

Com Fillon, a direita se "tatcheriza", declarou o secretário de Estado das relações com o Parlamento Jean-Marie Le Guen.

"Fillon tem um programa econômico delirante", declarou, por sua parte, David Rachline, diretor de campanha de Marine Le Pen.

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