Mundo

Filho de Pablo Escobar diz que tráfico é mais discreto, mas segue em alta

Sebastián Marroquín participou nesta quinta-feira da Cúpula Ibero-Americana da Criatividade organizada pela ONU

Fotografia dos irmãos Uchoa, antigos membros do cartel Medellín (Spencer Platt/Getty Images)

Fotografia dos irmãos Uchoa, antigos membros do cartel Medellín (Spencer Platt/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 12h56.

Avilês - Sebastián Marroquín, filho do chefe do cartel de Medellín Pablo Escobar, afirmou nesta quinta-feira que os atuais traficantes "são mais discretos" e não têm o protagonismo de seu pai, mas isso não impediu que o tráfico de drogas tenha seguido em ascensão "de maneira exponencial".

Marroquín participou nesta quinta-feira da Cúpula Ibero-Americana da Criatividade organizada pela ONU no Centro Niemeyer de Avilês (norte da Espanha) para discutir a luta contra o narcotráfico e os efeitos desta atividade criminosa, entre outros assuntos.

O crescimento exponencial do tráfico de drogas denunciado pelo conferencista "convida a refletir" sobre as estratégias que estão sendo aplicadas na luta contra este tipo de crime, que são as mesmas "há 30 anos, com os mesmos resultados de então", afirmou.

Marroquín destacou que a pobreza e a falta de oportunidades e de educação "são o combustível para que o narcotráfico siga tão violento e, infelizmente, tão bem-sucedido".

O colombiano falou sobre o documentário "Pecados do Meu Pai", com o qual ficou conhecido no mundo todo. No filme, o filho de Escobar faz uma reflexão sobre do universo do narcotráfico, expondo a ostentação de poder e a glorificação do gângster "para conscientizar os jovens de que é um estilo de vida que produz violência e morte".

O arquiteto, que revela conhecer o mundo do tráfico a fundo, afirmou ainda que o documentário propõe que os indivíduos sejam julgados por si só, em vez de serem "marginalizados", como ocorreu com ele, que considera que toda sua família foi julgada "pelos atos de uma só pessoa".

"Se um pai cruza um sinal vermelho, não é justo que a multa chegue a seu filho", afirmou, mas reconheceu que sente a "responsabilidade moral" de se comprometer com seu país.

O filho de Escobar explicou neste sentido que chegou a se reunir com os filhos de uma das vítimas de seu pai. "Foi muito forte, porque ninguém está preparado para isto".

Acompanhe tudo sobre:DrogasEducaçãoONU

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia