Saif al Islam, filho do deposto e falecido ditador Muammar Kadafi: Al Islam está em poder de milicianos desde 2011 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 09h17.
Trípoli - Saif al Islam, filho do deposto e falecido ditador Muammar Kadafi, não foi levado da cidade de Zintan, no noroeste da Líbia, para a capital Trípoli, onde devia comparecer nesta quinta-feira perante um tribunal de acusação, segundo constatou a Agência Efe.
Capturado em novembro de 2011 após três meses na clandestinidade, Saif Al Islam permaneceu a partir deste momento em poder dos milicianos de Zintan.
Ao contrário do que anunciou ontem o procurador-geral, Abdelkader Reduan, os antigos rebeldes não permitiram que o filho de Kadafi comparecesse no tribunal para se defender das acusações de assassinatos e incitação à violência.
Uma fonte de Zintan disse à Efe que os milicianos impediram a ida de Islam alegando falta de garantias suficientes sobre as condições de segurança em Trípoli.
Em declaração à imprensa feita ontem, o procurador afirmou que existiam todas as condições para que a justiça trabalhasse e que a lei garantia o direito dos acusados.
Por outro lado, 36 dirigentes do antigo regime, entre eles o ex-diretor do serviço de inteligência Abdallah Senusi, o ex-primeiro-ministro Mahmudi Baghdadi e o ex-chefe das brigadas gadafistas Mansur Daw, estiveram presentes no tribunal em uma audiência fechada.
No início da manhã de hoje, Saif al Islam, na presença de um advogado da Corte Penal Internacional (TPI), chegou a comparecer em um tribunal de Zintan, acusado de violar a segurança nacional e de conspiração, mas o processo foi adiado até 12 de dezembro por insuficiência de provas e também pela ausência de um certo número de testemunhas.
Depois da queda de Trípoli em mãos dos rebeldes e a total derrocada do regime totalitário de seu pai, em 20 de outubro de 2011, Saif al Islam se tornou clandestino e foi capturado pelos rebeldes em 19 de novembro do mesmo ano no sul do país e levado para Zintan.
O Tribunal Penal Internacional de Haia emitiu um mandato de detenção internacional contra Saif al Islam por crimes de guerra e solicitou às autoridades líbias sua entrega para um posterior julgamento.
Trípoli rechaçou o pedido e afirmou que o julgamento do filho de Kadafi é um direito do povo líbio.