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Fidel fala sobre Mandela e elogia postura de irmão

Aperto de mãos entre Obama e Raul Castro elevou especulações nos EUA e em Cuba sobre se gesto foi sinal de que tensão nas relações entre os dois países diminuiu


	Barack Obama cumprimenta Raúl Castro: a foto, que na semana passada virou motivos de especulações, mostra Obama em forte aperto de mãos com Raúl Castro
 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Barack Obama cumprimenta Raúl Castro: a foto, que na semana passada virou motivos de especulações, mostra Obama em forte aperto de mãos com Raúl Castro (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 14h58.

Havana - Fidel Castro revelou parte do mistério que circundou o aperto de mão de Barack Obama e Raul Castro no funeral de Nelson Mandela. Fidel disse que seu irmão Raul se dirigiu a Obama em inglês e disse: "senhor presidente, eu sou Castro."

O aperto de mãos entre os dois líderes elevou as especulações nos EUA e em Cuba sobre se o gesto foi um sinal de que a tensão nas relações entre os dois países diminuiu após décadas de animosidade. Autoridades em Cuba e nos EUA desmentiram os boatos e afirmaram que o aperto de mãos foi mera cortesia.

Em uma longa reflexão sobre Mandela divulgada pela mídia estatal nesta quinta-feira, Fidel Castro parabenizou seu irmão, que assumiu a liderança de Cuba em 2006, pela sua "firmeza e dignidade, quando, com um gesto amigo, mas firme, se apresentou ao líder do governo dos EUA e disse a ele em inglês, 'senhor presidente, eu sou Castro'".

Em seu artigo, Castro fez uma extensa análise da história da África, do impacto do Apartheid, das lutas para a libertação do julgo colonial, das pressões dos EUA e outras nações, mas também do papel que Cuba teve em todo esse processo.

Havana enviou armas e soldados para lutar em vários países africanos e apoiou ativamente os movimentos de libertação e de combate ao racismo, uma posição que manteve em conjunto com a União Soviética e que resultou em outro enfrentamento com os EUA nos anos 80.

Cuba e os EUA romperam relações e se enfrentaram nos anos 60, logo após a vitória da revolução cubana e as pressões de Washington para tentar mudar o sistema político na ilha.

A foto, que na semana passada virou motivos de especulações, mostra Obama em um forte aperto de mãos com Raúl Castro, durante funeral de Mandela no dia 10 de dezembro.

O líder sul-africano viajou a Cuba nos anos 90, quando a ilha atravessava a pior crise de sua história, após a queda dos aliados soviéticos e expressou seu apoio a Castro, a quem agradeceu por seu trabalho na África. As declarações de Mandela renderam a ele a animosidade de grupos anticastristas na Flórida.

"O papel da delegação de Cuba, por ocasião da morte de nosso irmão e amigo Nelson Mandela, será inesquecível", escreveu Castro no Granma.

Retirado do poder de maneira surpreendente em 2006 por motivo por causa de problemas de saúde que o deixaram à beira da morte, Fidel Castro delegou o poder a seu irmão Raúl, que logo foi reeleito pelo Parlamento cubano.

Desde então, Fidel Castro, mostra suas posições por meio de seus escritos, aparece pouco em público, recebe amigos e personalidades em sua casa e a cada certo tempo sua saúde vira motivo de especulações. Desta vez, o fato de Fidel não ter feito comentários sobre a morte de Mandela gerou rumores que foram debelados após ter sido distribuída uma foto na semana passada em que ele aparece ao lado do jornalista espanhol Ignacio Ramonet. Fonte: Associated Press.

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