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Fidel escreve sobre dívidas dos Estados Unidos com Cuba

O pai da revolução cubana não abordou muito o tema das indenizações que Cuba e Estados Unidos reclamam reciprocamente pelos bens americanos desapropriados


	O líder cubano Fidel Castro: "Enquanto isso, eles devem a Cuba as indenizações equivalentes a danos, que chegam a muitos milhões de dólares"
 (AFP)

O líder cubano Fidel Castro: "Enquanto isso, eles devem a Cuba as indenizações equivalentes a danos, que chegam a muitos milhões de dólares" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 11h35.

O líder cubano Fidel Castro comentou a respeito dos "muitos milhões de dólares" que os Estados Unidos supostamente devem a Cuba pelos danos causados por anos de embargo, em um artigo que foi publicado na imprensa local nesta quinta-feira, dia em que ele completa 89 anos.

"Enquanto isso, eles devem a Cuba as indenizações equivalentes a danos, que chegam a muitos milhões de dólares, como denunciou nosso país com argumentos e dados irrebatíveis ao longo de suas intervenções ante as Nações Unidas", escreve Fidel.

O pai da revolução cubana não abordou muito o delicado tema das indenizações que Cuba e Estados Unidos, que restabeleceram relações diplomáticas em 20 de julho, reclamam reciprocamente pelos bens americanos desapropriados depois da vitória da revolução cubana ou os danos provocados pelo embargo vigente contra a ilha desde 1962, que o presidente Barack Obama deseja que o Congresso americano suspenda.

Também fez poucas referências à histórica visita que o secretário de Estado americano John Kerry fará à ilha para reabrir formalmente a embaixada de seu país, oito meses depois que Obama e Raúl Castro anunciaram o fim de meio século de hostilidades.

Em seu artigo, o primeiro que publica desde 8 de maio, Fidel enfatizou que "escrever é uma forma de ser útil se for considerado que nossa sofrida humanidade deve ser mais e melhor educada ante a incrível ignorância que nos envolve, com exceção dos pesquisadores que buscam nas ciências uma resposta satisfatória".

"Não deixaremos jamais de lutar pela paz e o bem-estar de todos os seres humanos (...) os mesmos direitos que proclamamos quando iniciamos nossa luta", acrescentou.

O aniversário de Fidel, afastado do poder desde 2006 por razões de saúde, é festejado nesta quinta-feira com inúmeras atividades e com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, que ser refere ao líder cubano como seu "avô sábio".

Quando o líder da revolução cubana completou 80 anos, em 2006, duas semanas depois de ceder o comando ao irmão Raúl Castro após uma repentina doença, Morales visitou a ilha e o presenteou com um bolo feito com folhas de coca, planta tradicional na Bolívia.

Fidel Castro tem dedicado sua aposentadoria a escrever artigos na imprensa e livros sobre a revolução, além de receber personalidades estrangeiras em sua casa em Havana, mas comparece a poucos eventos públicos.

Ele não veste mais o tradicional uniforme verde oliva, e sim roupas esportivas. Pessoas que o visitaram afirmam que continua muito lúcido. As fotos mais recentes o mostram bastante magro e encurvado e em algumas imagens é possível observar um aparelho auditivo.

Sua última aparição pública aconteceu no mês passado, quando se reuniu com militares e funcionários civis das Forças Armadas.

Como em anos anteriores, o aniversário de Fidel é apresentado como parte das atividades do Dia Internacional da Juventude, que acontece nesta quarta-feira e é apoiado pela Juventude Comunista de Cuba.

Quatrocentos jovens participarão no ato central de comemoração do Dia da Juventude em Birán, leste da ilha, onde Fidel Castro nasceu em 13 de agosto de 1926.

Na terça-feira foi inaugurada na Praça da Revolução de Havana uma exposição fotográfica organizada pelo jornal Juventude Rebelde.

Nesta quinta, uma expedição de jovens alcançará o topo do Pico Turquino (a maior montanha da ilha, de 1.973 metros) no coração da Sierra Maestra, de onde Fidel iniciou a luta de guerrilha contra a ditadura de Fulgencio Batista, derrubado em 1º de janeiro de 1959.

A imprensa cubana, sob controle estatal, divulgou amplamente as atividades relacionadas ao aniversário de Fidel, mas nas ruas de Havana as conversas estão concentradas na reabertura da embaixada dos Estados Unidos, fechada em 1961, e na visita de Kerry à ilha, a primeira de um secretário de Estado desde 1945.

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