Mundo

FGV: clima econômico na AL é o melhor em 12 anos

Rio de Janeiro - O clima econômico da América Latina atingiu em julho o melhor patamar dos últimos 12 anos. A informação é da coordenadora do Centro de Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (IFGV), Lia Valls. Segundo ela o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, divulgado […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Rio de Janeiro - O clima econômico da América Latina atingiu em julho o melhor patamar dos últimos 12 anos. A informação é da coordenadora do Centro de Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (IFGV), Lia Valls.

Segundo ela o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, divulgado hoje pela FGV em parceria com o instituto alemão IFO, foi de 6,0 pontos, o segundo melhor da série histórica do indicador, iniciada em 1989. O resultado perde apenas para o desempenho de outubro de 1997, quando o índice atingiu 6,3 pontos.

O ICE é calculado dentro de uma escala de pontuação que vai de zero a 9 pontos - sendo que, quanto mais próximo de 9, melhor o resultado. O indicador é elaborado a partir das respostas obtidas na Sondagem Econômica da América Latina, que em julho ouviu 149 especialistas e analistas do mercado financeiro em 17 países.

O indicador já havia registrado 6 pontos anteriormente, em quatro momentos: nos meses de janeiro, abril e julho de 1997 e em abril de 2000. "Houve uma melhora, na percepção dos analistas sobre o andamento da economia latino-americana, de abril para julho", disse Lia Valls. Em pesquisas anteriores, os especialistas projetavam piora no cenário econômico do continente - o que não ocorreu. "Houve uma frustração de expectativas, mas uma frustração boa, de expectativas que eram ruins", comentou. "Mas mesmo com o resultado positivo, os analistas ainda têm alguma incerteza sobre o futuro, a sustentabilidade da recuperação da economia mundial e da economia latino-americana", acrescentou.

Brasil

O Brasil foi um dos países que mais impulsionaram o cenário observado pelos especialistas em julho na economia da América Latina. "Nos primeiros meses deste ano, continuamos a ter crescimento na economia. O emprego continuou a mostrar bons resultados", lembrou a técnica da fundação. Ela considerou que, atualmente, os temas no Brasil que estão sendo vistos com alguma preocupação por analistas são o avanço da inflação e um déficit mais forte nas transações em contas correntes. "Mas mesmo estes temas não são considerados muito arriscados. São debates para se pensar mais para o futuro", assinalou. "A avaliação é de que, no Brasil, há uma estabilidade na economia", afirmou.

Além do Brasil, outros três países contribuíram fortemente para o bom humor dos analistas em julho, em suas avaliações sobre a economia latino-americana: Chile, Peru e Uruguai. "Todos estes países estão experimentando um movimento de boom econômico", afirmou. "Chile sempre teve uma constante no desempenho de sua economia e há uma percepção de que é uma economia estável. Já Peru e Uruguai experimentaram crescimentos importantes na economia durante o primeiro trimestre" disse. No caso destes dois últimos países, Lia lembrou que eles são fortes exportadores de commodities (matérias-primas) - cuja procura mostrou trajetória de recuperação nos primeiros meses do ano, após sucessivos baques no ano passado, devido à crise global.

A coordenadora fez uma ressalva. Embora o resultado do ICE para a região tenha sido positivo, nem todos os países latino-americanos apresentam a mesma avaliação favorável, aos olhos dos analistas. Ela citou como exemplo a Venezuela, país com o pior clima econômico em julho entre os 11 pesquisados. "Há uma percepção de que a economia na Venezuela não apresenta sinais de estabilidade", comentou.

Leia mais da FGV

Siga as últimas notícias de Mundo no Twitter

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país