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Legado de Macri é 5 milhões de "novos pobres" na Argentina, diz Fernández

Para peronista, a Argentina sofreu muito durante o governo de Macri, e o principal empecilho econômico é a dívida

Alberto-Fernández (Agustin Marcarian/Reuters)

Alberto-Fernández (Agustin Marcarian/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 17h23.

Favorito a vencer as eleições da Argentina em outubro, o peronista Alberto Fernández disse nesta quinta-feira, durante uma visita à Espanha, que o único legado que Mauricio Macri deixará após quatro anos de governo é ter colocado mais 5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza no país.

Fernández foi ouvido hoje em evento no Congresso dos Deputados da Espanha e aproveitou a oportunidade para atacar seu principal adversário no pleito presidencial de 27 de outubro. Amanhã, o peronista parte para Portugal, onde será recebido pelo presidente do país, António Costa.

"A chegada de um governo como o que temos representou uma enorme deterioração econômica, social, cultural e da qualidade da sociedade. Os maus-tratos na saúde pública, nos setores tecnológicos... Perdemos um potencial enorme", afirmou Fernández.

"Foi um governo que brincou com a arte da improvisação e com a economia enquanto ela recuava. O governo acreditou nas lógicas monetárias, restringindo o consumo e os salários", completou o candidato peronista, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como companheira de chapa.

Segundo Fernandéz, a Argentina sofreu muito durante o governo de Macri, e o principal empecilho econômico é a dívida. No entanto, em mensagem ao mercado financeiro, ressaltou que o momento é de cumprir e honrar as dívidas que foram assumidas, para não agravar a já intensa crise que abala o país.

"Quando o governo atual assumiu o poder, a dívida era 28% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje é mais de 100%. É preciso voltar a agir com racionalidade e ter a compreensão de todos. Sair disso será difícil. É preciso cumprir e honrar as dívidas que assumimos.", afirmou.

"Nesses anos o desemprego se multiplicou por dois, a pobreza subiu entre 20% e 30%. Quando terminar o atual mandato (de Macri), vamos ter uma economia em recessão e uma inflação anual de 57%. Mas se há algo que os argentinos sabem fazer é sair do fundo do poço", destacou Fernández.

Além disso, o candidato da Frente de Todos denunciou o que chamou de "situações arbitrárias imperdoáveis" na América Latina: a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as ações contra o ex-presidente equatoriano Rafael Correa.

"Pedirei que se faça justiça em todos e cada um dos países da América Latina. (...) Utilizaram as prisões como um mecanismo de pressão sobre a oposição. É preciso deixar os tribunais atuarem como tais, não politizá-los", ressaltou o candidato peronista.

Fernandez chegou à Espanha na última segunda-feira. Hoje, ele foi recebido pelo presidente interino do governo do país, Pedro Sánchez, com quem conversou sobre a situação dos dois países e sobre o acordo comercial firmado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

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