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Federação Israelita de SP cobra 'coragem' para apontar 'verdadeiros culpados' após fala de Lula

Para a Fisesp, Brasil se isola ao apoiar regimes autoritários e ignorar civis israelenses

Fisesp: entidade judaica criticou duramente a fala de Lula sobre Israel e acusou o presidente de ignorar fatos e apoiar regimes antidemocráticos (Mauro PIMENTEL / AFP)

Fisesp: entidade judaica criticou duramente a fala de Lula sobre Israel e acusou o presidente de ignorar fatos e apoiar regimes antidemocráticos (Mauro PIMENTEL / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de julho de 2025 às 09h32.

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Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a acusar Israel de cometer um genocídio na Faixa de Gaza, durante discurso na Cúpula do Brics, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgou nota de repúdio, afirmando que o presidente ignora “a realidade dos fatos” e escolhe “o caminho da retórica ideológica”.

A nota, divulgada neste domingo, manifesta “profunda indignação” com a declaração de Lula, que também citou “violações à integridade territorial do Irã”. Para a Fisesp, ao usar o termo “genocídio”, Lula desrespeita a memória do Holocausto e banaliza um dos crimes mais graves da história.

Acusações de apoio ao terrorismo e isolamento diplomático

“A fala não é apenas falsa, é perigosa”, diz a nota. “Ela legitima o terrorismo, estimula o antissemitismo e isola o Brasil no cenário internacional ao colocá-lo ao lado de regimes ditatoriais que sufocam liberdades.”

A federação ainda afirma que o presidente brasileiro se aproxima de Rússia, Venezuela e Irã, enquanto se afasta de democracias e ignora o sofrimento de civis israelenses. A escolha de Lula em “apontar o dedo para um lado do conflito” é descrita como “cumplicidade”.

Durante a cúpula no Museu de Arte Moderna, no Rio, Lula afirmou que “absolutamente nada justifica as ações terroristas do Hamas”, mas criticou fortemente Israel, acusando o país de praticar genocídio, matar civis inocentes e usar a fome como arma de guerra.

A solução para o conflito, segundo ele, passa pelo “fim da ocupação israelense” e a criação de um Estado Palestino soberano, com fronteiras de 1967. Lula também condenou ações militares contra o Irã, que classificou como violações à integridade territorial.

A Fisesp reconheceu que a criação de um Estado Palestino é defendida por Israel e por judeus em todo o mundo, mas criticou o apoio ao Hamas e ao Irã, acusando ambos de impedir qualquer possibilidade de paz e coexistência.

Enquanto o evento do Brics ocorria no Flamengo, um protesto liderado pela ONG StandWithUs foi realizado na praia de Ipanema contra a entrada do Irã no bloco. A manifestação incluiu a colocação de mil bandeiras LGBTQIA+ e dez forcas simbólicas na areia, em frente à Rua Farme de Amoedo.

Cartazes afirmavam que “O Irã mata gays em praça pública”. Em comunicado nas redes sociais, a ONG declarou que o ato era um alerta contra a perseguição de minorias por parte do regime iraniano. “O Irã é contra a liberdade, não só de gays, mas também de mulheres, cristãos e outras minorias. O Irã não pode ser amigo do Brasil”, concluiu o grupo.

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