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Fed e FMI criticam China por manter iuane artificialmente baixo

Ben Bernanke, do BC norte-americano, lembrou que os outros emergentes perderam competitividade com a valorização de suas divisas

Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, cobrou mais responsabilidade dos chineses (Stephen Jaffe/IMF)

Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, cobrou mais responsabilidade dos chineses (Stephen Jaffe/IMF)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2010 às 16h49.

Frankfurt - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticaram nesta sexta-feira a China por manter o iuane artificialmente baixo com o objetivo de favorecer suas exportações.

Na sexta conferência de bancos centrais organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, banqueiros e líderes políticos manifestaram sua disposição em superar a crise financeira e econômica.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, criticou os países que mantêm suas divisas artificialmente baixas através de intervenções nos mercados, em uma clara referência à China.

Bernanke disse que "o ajuste da taxa de câmbio é incompleto em parte porque as autoridades em algumas economias de países emergentes atuaram nos mercados de divisas para evitar ou desacelerar a valorização de suas moedas".

Por isso o desequilíbrio não é só entre as economias emergentes e as mais avançadas, mas entre "as economias emergentes que deixaram as forças do mercado determinar suas taxas de câmbio (Brasil, Turquia e África do Sul) e acabaram perdendo competitividade em relação às que foram mais agressivas", segundo Bernanke.

Ele defendeu o polêmico plano americano de estímulo para comprar dívida pública no valor de US$ 600 bilhões a fim de reativar a economia do país e contribuir para a criação de empregos.

O presidente do Fed ressaltou que a China tem US$ 2,6 trilhões em reservas em moeda estrangeira, a maior parte delas em ativos em dólares.


Alguns países com economias emergentes e políticos europeus destacaram que por trás do agressivo plano de estímulo americano está a intenção de reduzir o valor do dólar e também obter vantagens competitivas em suas exportações.

Ele disse que grande parte da desvalorização do dólar desde meados do ano reflete a menor preocupação com a crise da dívida soberana europeia e a maior tolerância ao risco entre os investidores.

Bernanke afirmou "que a cooperação política internacional é especialmente difícil agora pela natureza de duas velocidades da recuperação global".

Em outro movimento dentro da já denominada guerra de divisas e a fim de frear entradas de fluxos de capital pelo aumento da base monetária nos EUA, o Banco Popular da China decidiu nesta sexta-feira aumentar em 50 pontos básicos a cota de reservas mínimas para os bancos comerciais.

Trata-se do segundo movimento restritivo da política monetária chinesa este mês.

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, comentou a atitude da China.

"Reconhecemos que países como a China vão se transformar em um jogador maior, por isso, devem assumir mais responsabilidades", disse Strauss-Kahn.

A China parece cada vez mais convencida de que deve atuar para superar os desequilíbrios globais e movimentar-se na direção correta em relação ao tipo de câmbio do iuane.

Por sua vez, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, se limitou a destacar a importância de um dólar forte.

"Compartilhamos a opinião (de Ben Bernanke) de que é muito importante um dólar forte e sólido, um dólar digno de crédito em relação a outras divisas", disse Trichet.

O presidente do BCE ressaltou que o balanço de pagamentos da zona do euro está equilibrado.

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