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Fecham os últimos colégios no referendo que pode mudar a Turquia

A Turquia decide em uma consulta popular neste domingo (16) se substitui seu modelo parlamentar por um presidencialista com vastos poderes

Tayyip Erdogan: Presidente da Turquia vem agindo para fortalecer sua figura em um país parlamentarista (Murat Cetinmuhurdar/Presidential Palace/Handout/Reuters)

Tayyip Erdogan: Presidente da Turquia vem agindo para fortalecer sua figura em um país parlamentarista (Murat Cetinmuhurdar/Presidential Palace/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de abril de 2017 às 12h19.

Ancara - Os últimos colégios eleitorais do crucial referendo presidencialista da Turquia fecharam às 14h (11h, em Brasília), enquanto os localizados nas regiões orientais do país fecharam suas portas uma hora antes.

A Turquia decide em uma consulta popular se substitui seu modelo parlamentar por um presidencialista com vastos poderes e cujo resultado determinará o modelo político do país e redefinirá suas relações com a União Europeia (UE).

Cerca de 55 milhões turcos foram chamados às urnas e é esperado um resultado muito justo, já que as pesquisas dão possibilidades de vitória tanto ao "sim" como ao "não".

Em todo o país foram desdobrados 380 mil policiais e gendarmes para garantir a segurança na jornada eleitoral.

Não existem pesquisas de boca de urna e os meios estão proibidos de publicar resultados até às 18h GMT (15h, em Brasília), embora a Alta Comissão Eleitoral possa suspender o veto antes.

A jornada eleitoral transcorreu sem grandes problemas, embora no sudeste do país, em uma localidade da província de Diarbaquir, um tiroteio entre membros de uma família perto de um colégio eleitoral acabou com três mortos e vários feridos, segundo a emissora "NTV".

Alguns meios turcos apontam para diferenças familiares, enquanto outros apontam para uma disputa política.

Em Istambul, um grupo de cerca de 30 pessoas agrediu o conhecido jornalista Ali Bayramoglu, que foi durante anos próximos ao governante Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), mas explicou recentemente na imprensa pró-governamental que votaria "não" no referendo.

Entre as irregularidades denunciadas pela oposição destaca-se a escassez de cédulas de voto em algumas localidades do sudeste e a falta de cabines para manter o voto secreto em outras.

Em vários colégios eleitorais, os selos que eram entregues para estampar a parte branca (Sim) ou marrom (Não) da cédula, não marcavam a palavra "Escolho", como é previsto, mas a palavra "Sim", o que gerou certa confusão.

A Alta Comissão Eleitoral mudou estes selos durante a jornada, mas anunciou que os votos já emitidos nesses colégios serão também válidos.

Apesar de erros e defeitos, o campo nunca esteve nivelado, disse um eleitor à Agência Efe. "Durante toda a campanha, o presidente, Recep Tayyip Erdogan, equiparou os defensores do não com terroristas. Assim como se pode considerar que é um referendo democrático?".

Erdogan disse hoje em Istambul perante a imprensa que o referendo, que definiu como um dos mais importantes da história do país, servirá para acelerar o desenvolvimento da Turquia.

A própria declaração foi uma inovação, já que normalmente, os políticos não fazem declarações a favor de nenhuma opção durante a jornada eleitoral, como marca a lei.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.

Os partidários da reforma sustentam que daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em um poder absoluto devido aos enormes poderes que serão atribuídos ao presidente.

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