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FDA autoriza a vacina da Moderna contra covid-19 para uso emergencial

Órgão de saúde seguiu a recomendação do comitê de especialistas, divulgada ontem

Moderna: Imunizante se torna o segundo aprovado nos EUA (JUSTIN TALLIS / AFP/Getty Images)

Moderna: Imunizante se torna o segundo aprovado nos EUA (JUSTIN TALLIS / AFP/Getty Images)

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Karina Souza

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 22h08.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 22h25.

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Moderna se tornou oficialmente o segundo imunizante aprovado em caráter emergencial nos Estados Unidos pela FDA (órgão com atuação similar à da Anvisa no Brasil). A aprovação vem em seguida do parecer de um Comitê de especialistas, que formalizou ontem a necessidade de aprovação do imunizante no país, como forma de colaborar para o combate à covid-19.

Ao todo, os Estados Unidos encomendaram 200 milhões de doses da Moderna e terão prioridade no recebimento do imunizante. Além dos Estados Unidos, a vacina da Moderna já foi encomendada pela União Europeia (80 milhões de doses), pelo Japão (50 milhões), pelo Canadá (40 milhões), pela Coreia do Sul (20 milhões) e pelo Reino Unido (7 milhões).

Nesta semana, o país já começou a vacinar a população com a vacina da também americana Pfizer com a alemã BioNTech.

As duas vacinas, de Pfizer e Moderna, usam RNA mensageiro, uma tecnologia nova na produção dos imunizantes. Com ambas aprovadas, os EUA esperam imunizar 20 milhões de pessoas até o fim do ano.

Entretanto, uma das vantagens da solução desenvolvida pela Moderna é a logística, uma vez que não precisa ser armazenada a uma temperatura tão baixa quanto à da Pfizer/BioNtech, que exige armazenamento a -70 graus Celsius. No caso da vacina aprovada hoje, o armazenamento pode ser feito em temperaturas que variem de 2 a 8 graus Celsius e duram até 30 dias.

Além disso, o imunizante poder ser armazenado por até seis meses a uma temperatura de -20 graus Celsius. Isso significa que a distribuição do imunizante requer uma logística menos complexa e que ele pode chegar a cidades menores com uma estrutura de armazenagem mais simples.

Embora as vacinas devam demorar a chegar a todos os países, incluindo o Brasil, a aprovação do imunizante da Moderna nos Estados Unidos alimenta as esperanças de que a pandemia da covid-19 possa ficar mais controlada no decorrer dos próximos meses.

Nesta sexta-feira, o vice-presidente americano, Mike Pence, foi vacinado contra o coronavírus em transmissão que foi exibida ao vivo nas redes sociais e nas redes de televisão americanas. Sua esposa, Karen Pence, também foi vacinada.

O governo americano afirmou em nota que a vacinação foi transmitida com o objetivo de “promover a segurança e eficácia da vacina e desenvolver a confiança entre a população americana”. O presidente americano, Donald Trump, ainda não tomou a vacina e não esteve presente na cerimônia de hoje, segundo o jornal The New York Times.

O presidente eleito, Joe Biden, deve ser um dos nomes a ser vacinados nos próximos dias. Ex-presidentes como os democratas Barack Obama e Bill Clinton e o republicano George W. Bush também já afirmaram que estão dispostos a se vacinar diante das câmeras para aumentar a confiança da população.

Os EUA são o país com maior número de casos e mortes por covid-19 no mundo, e vem sofrendo uma segunda onda forte da doença. O país teve nesta semana mais de 3.000 mortes pelo coronavírus por três dias seguidos.

E no Brasil?

O Brasil não tem acordo de negociação com a Moderna divulgado por ora. Com a Pfizer/BioNTech, o país negocia a compra de 70 milhões de doses, mas chegariam somente 2 milhões no primeiro trimestre, segundo projeção do governo. Ontem (17), o Ministério da Saúde também confirmou que negocia a compra da Coronavac, vacina da chinesa Sinovac testada em parceria com o Instituto Butantan.De todas as vacinas em negociação, a expectativa do governo federal é ter 24,7 milhões de doses em janeiro e 93 milhões até o fim de março. A projeção no plano de imunização divulgado nesta semana é que a vacinação dure 16 meses, os quatro primeiros para grupos prioritários.

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