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FDA aprova uso do Ozempic para tratar doença renal crônica em pacientes com diabetes

Decisão inclui redução de riscos cardiovasculares e reforça papel da droga no manejo do diabetes tipo 2

Ozempic ganha nova indicação nos EUA (Carsten Snejbjerg/Bloomberg via/Getty Images)

Ozempic ganha nova indicação nos EUA (Carsten Snejbjerg/Bloomberg via/Getty Images)

Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 17h38.

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A FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira, 28, o uso do medicamento Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, para tratar doença renal crônica em pacientes com diabetes tipo 2. A medida expande as indicações do remédio, consolidado no controle glicêmico, para um espectro mais amplo de benefícios médicos.

Além de regular os níveis de açúcar no sangue, o Ozempic agora é recomendado para retardar a progressão da insuficiência renal e reduzir o risco de morte por complicações cardiovasculares. A decisão deve impactar pessoas com diabetes tipo 2, condição que afeta 37 milhões de adultos nos EUA, segundo dados divulgados pela Novo Nordisk.

Avanços na prevenção de complicações renais

Estudos apontam que 40% dos pacientes com diabetes tipo 2 desenvolvem problemas renais crônicos, o que frequentemente exige tratamentos invasivos, como diálise ou transplantes. Stephen Gough, diretor médico global da Novo Nordisk, disse à CNBC que o Ozempic oferece uma alternativa eficaz para interromper a progressão da doença antes que ela alcance estágios graves.

A aprovação foi embasada no estudo clínico FLOW, iniciado em 2019, com a participação de 3.500 pacientes com doença renal crônica moderada a grave. Os resultados demonstraram que o medicamento reduziu em 24% os desfechos graves relacionados aos rins e em 18% os eventos cardiovasculares. A taxa de mortalidade geral caiu 20% durante o período da pesquisa.

Embora o medicamento tenha mostrado benefícios, efeitos adversos foram registrados. Náuseas e vômitos, comuns na classe de medicamentos GLP-1, afetaram uma parcela significativa dos pacientes, mas o índice de efeitos graves (49,6%) foi inferior ao do grupo placebo (53,8%).

Concorrência e impacto no mercado

A aprovação da FDA segue uma decisão similar da União Europeia, que autorizou o uso do Ozempic para tratar doenças renais crônicas em dezembro. Nos últimos meses, a Novo Nordisk intensificou seus esforços em pesquisas e obteve resultados positivos em ensaios clínicos, o que resultou na queda de 20% no valor das ações de empresas do setor de diálise renal, como Fresenius e DaVita.

A expansão do uso de medicamentos baseados em GLP-1 tem aquecido a competição no setor. A Eli Lilly, rival da Novo Nordisk no setor, também busca ampliar indicações terapêuticas similares. Além disso, discussões sobre regulação de preços, impulsionadas pelo governo Biden e pelo Medicare, poderão impactar o acesso e os custos desses tratamentos nos EUA.

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