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FBI abre investigação sobre morte do milionário Jeffrey Epstein

FBI vai tentar esclarecer as circunstâncias da morte do empresário de 66 anos, encontrado sem vida dentro de sua cela em Manhattan

Procurador Federal de Nova York, Geoffrey Berman, anunciando a nova prisão de Jeffrey Epstein: em julho, o magnata já havia sido encontrado inconsciente em sua cela
 (Shannon Stapleton/File Photo/Reuters)

Procurador Federal de Nova York, Geoffrey Berman, anunciando a nova prisão de Jeffrey Epstein: em julho, o magnata já havia sido encontrado inconsciente em sua cela (Shannon Stapleton/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 17h29.

Nova York - O FBI anunciou neste sábado a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias da morte do milionário Jeffrey Epstein, de 66 anos, encontrado sem vida dentro da cela da prisão federal de Manhattan, em Nova York, onde aguardava julgamento pelas acusações de que mantinha uma rede de exploração sexual de menores.

Acusado de criar uma rede que abusou por mais de uma década de dezenas de meninas nas mansões que tinha em Nova York e na Flórida, Epstein foi encontrado enforcado dentro da cela em que era mantido por volta das 7h30 no horário local (8h30 em Brasília) de hoje.

O Departamento de Bombeiros de Nova York, responsável por gerenciar o atendimento médico de emergência da cidade, recebeu uma ligação sobre uma possível parada cardíaca do milionário no início da manhã. As equipes de resgate foram à prisão, realizaram um tratamento cardiorrespiratório em Epstein e o levaram ao hospital, onde a morte foi confirmada. O corpo ainda passará por autópsia.

"A morte de Epstein levanta sérias dúvidas que devem ser respondidas", disse o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, que disse estar "horrorizado" pelo fato de a morte ter ocorrido sob custódia do governo federal.

Além do FBI, Barr confirmou que o Departamento de Justiça investigará o caso.

Em comunicado, os advogados de Epstein afirmaram que não confirmam rumores sobre a causa da morte do milionário - um suposto suicídio -, mas expressaram confiança de que as investigações abertas esclarecerão o que ocorreu na cela do milionário.

No fim de julho, Epstein já havia sido encontrado inconsciente dentro da cela, com marcas no pescoço. Pela suspeita de tentativa de suicídio, as autoridades o mantinham sob vigilância mais rigída desde então, o que aumenta as dúvidas sobre as circunstâncias da morte.

O milionário foi preso no dia 6 de julho, pouco depois de pousar em Nova Jersey. De lá, Epstein foi levado a Nova York para ser julgado pelos crimes de envolvimento com uma rede de exploração sexual de menores de idade.

Segundo a acusação, o milionário usava funcionários e outros colaboradores para atrair meninas para suas mansões. Depois de abusadas, elas recebiam dinheiro de Epstein, que as convencia também a recrutar novas potenciais vítimas.

Epstein tentou aguardar o julgamento em liberdade e se ofereceu a pagar uma fiança de US$ 100 milhões. No entanto, a Justiça negou o pedido por temer que ele fugisse do país.

Ontem, um juiz da Corte de Apelações de Manhattan determinou a publicação de centenas de documentos sobre Epstein que pertenciam a um caso paralelo contra uma mulher acusada de recrutar potenciais vítimas para o milionário.

Roberta Kaplan, advogada que representa uma das vítimas de Epstein, disse ao The Wall Street Journal que a morte do milionário não representa o fim do caso.

"As muitas vítimas de Jeffrey Epstein e de seus cúmplices não devem perder a esperança. Vamos lutar para que todos os fatos de seus crimes sejam conhecidos pelo mundo", afirmou a advogada.

Epstein chegou a ser acusado pelos mesmos crimes na Flórida, mas fechou em 2008 um acordo extraoficial com a Promotoria para que o caso fosse encerrado. As vítimas só souberam das negociações a portas fechadas um ano depois da assinatura do acordo.

Devido ao pacto, supervisionado pelo então promotor de Miami, Alex Acosta, o milionário se declarou culpado de outros crimes de menor potencial ofensivo e foi condenado a 13 meses de prisão. Epstein também foi fichado como criminoso sexual.

Quando o escândalo voltou à tona, Acosta, nomeado pelo presidente Donald Trump como secretário de Trabalho dos EUA, foi obrigado a renunciar ao cargo.

A vida de luxo de milionário contrastava com sua origem humilde. Nascido no distrito do Brooklyn, em Nova York, desde jovem Epstein conseguiu criar importantes laços com poderosos. Na década de 1980, fundou uma empresa que se transformou em um império.

Entre as pessoas com as quais chegou a se relacionar estão o próprio Trump e o ex-presidente Bill Clinton.

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