O ministro de Assuntos Islâmicos marroquino, Ahmed Taufiq, discursou no Parlamento para esclarecer que a 'fatwa' de Zamzami é uma 'opinião pessoal (Henri Tabarant/AFP Photo)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2012 às 00h06.
Rabat - A 'fatwa' (ordem religiosa) que autorizou uma mulher a usar verduras e objetos para se masturbar e dessa forma não entrar em relações extramatrimoniais levantou uma polêmica no Marrocos e restabeleceu o tema da influência destas medidas.
A 'fatwa' do polêmico legislador marroquino Abdelbari Zamzami, emitida há poucos dias, autoriza uma mulher solteira a se masturbar usando cenouras, garrafas e outros objetos, já que isso lhe impedirá de 'cair no pecado'.
O ministro de Assuntos Islâmicos marroquino, Ahmed Taufiq, discursou no Parlamento para esclarecer que a 'fatwa' de Zamzami é uma 'opinião pessoal', depois que um deputado levantou o caráter caótico da emissão de 'fatwas' no Marrocos, segundo informa nesta quarta-feira o jornal eletrônico 'Lakome.com'.
Já Zamzami manifestou em declarações à Agência Efe sua surresa pelas críticas suscitadas contra sua 'fatwa' e ressaltou que não foi o primeiro estudioso muçulmano que disserta sobre a masturbação.
Zamzami disse que esta 'fatwa' 'não é de cumprimento obrigatório' porque se dirige apenas à pessoa que 'necessita', e especificou que está destinada especialmente às mulheres que têm 'impedimentos' para se casar.
A 'fatwa' de Zamzami levantou nas redes sociais várias críticas e comentários de indignação, e foram muitas também as caricaturas publicadas sobre o mesmo tema.
Um conhecido xeque de tendência salafista chamado Mohammed Fizazi disse que 'esta 'fatwa' é uma loucura, e representa um menosprezo ao caráter sagrado destas medisas (...) Ele poderia ter emitido sua fatwa de forma privada a uma mulher, sem necessidade de tornar público, assim ele se pôs ao ridículo'.
O xeque Zamzami é conhecido por suas polêmicas 'fatwas' de conteúdo sexual; a última delas, que também levantou ondas de indignação, autorizava os homens a praticar a necrofilia, sempre que fizessem com suas esposas 'recém mortas'.