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Farc propõem programa de combate à fome na Colômbia

Grupo de guerrilheiros quer destinar parte dos gastos de segurança do governo a um programa para combater a fome e garantir a soberania alimentar no país


	Guerrilheiros das Farc são vistos em Caquetá, na Colômbia
 (©AFP / Luis Acosta)

Guerrilheiros das Farc são vistos em Caquetá, na Colômbia (©AFP / Luis Acosta)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 21h44.

Havana - As Farc propuseram nesta segunda-feira destinar parte dos gastos de segurança do governo a um programa para combater a fome e garantir a soberania alimentar no país, o que é visto pela guerrilha colombiana como crucial para alcançar a paz.

Com a retomada, em Cuba, de uma nova rodada de negociações iniciadas há mais de três meses, o grupo rebelde lançou 10 propostas para a discussão do polêmico tema agrário, o primeiro ponto de um total de cinco a ser debatido e no qual foram reconhecidas apenas "aproximações".

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) propuseram a criação de um "Programa Especial Fome Zero", que se alimenta de um orçamento equivalente a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) proveniente da redução do atual gasto em segurança e defesa.

Com o programa, "a erradicação da fome e da desnutrição causadas pela desigualdade e a pobreza se tornaria imediatamente a prioridade da política de Estado", explicaram as Farc em comunicado.

O governo colombiano, se aceitar o programa como parte de seu compromisso com a paz, requereria, segundo as Farc, cerca de 3,5 bilhões de dólares, equivalente a um ponto do PIB do país. A delegação do governo não emitiu declarações.

As Farc, consideradas terroristas por Estados Unidos e a União Europeia, disseram que o programa deve começar com a definição de uma cesta básica de alimentos, o incentivo para a produção e a concessão gratuita de terra para camponeses.

O governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e a guerrilha discutem cinco grandes tópicos que incluem o desenvolvimento agrário, garantias para a participação na política, o fim do conflito, a luta contra o narcotráfico e a compensação das vítimas.

As negociações de paz buscam acabar com o conflito armado interno de quase cinco décadas que deixou milhares de mortos e impede um crescimento maior da quarta economia da América Latina.

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