Mundo

Farc negam acusações de violação dos direitos da mulher

As Farc dizem que uma organização insurgente não poderia resistir agredindo a população civil e abusando sexualmente de guerrilheiras e mulheres


	As Farc dizem que uma organização insurgente não poderia resistir agredindo a população civil
 (Luis Robayo/AFP)

As Farc dizem que uma organização insurgente não poderia resistir agredindo a população civil (Luis Robayo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2015 às 14h12.

Havana - Os negociadores das Farc no processo de paz com o governo colombiano negaram neste sábado as acusações de violação sistemática dos direitos da mulher e garantiram que a denúncia faz parte de uma "campanha midiática" contra a uma guerrilha, que é 40% composta por membros do gênero feminino.

"Negamos enfaticamente a contínua campanha midiática contra as Farc-EP com o objetivo de demonizá-las, as apresentando como violadoras sistemáticas dos direitos das mulheres", disse a guerrilha em mensagem lida pelo chefe rebelde "Pablo Catatumbo", conhecido como Jorge Torres Victoria, em Havana, sede dos diálogos de paz.

O comunicado insiste que "carece de lógica" que uma organização insurgente possa resistir por mais de meio século "agredindo a população civil e, pior ainda, abusando sexualmente suas guerrilheiras e as mulheres da população".

"Pablo Catatumbo" garantiu que as acusações de abusos e violência dentro das Farc são tentativas de "estigmatização" por parte da procuradoria da Colômbia e "das tradicionais fontes de inteligência do Estado", as que "mais de uma vez aceitaram testemunhos falsos" contra o grupo rebelde.

A insurgência propôs, além disso, a formação de uma equipe técnico-investigativa focada especificamente em casos de violência sexual e de gênero no contexto do conflito para realizar uma investigação "séria e independente" para "descrever todo o universo das vítimas de violência sexual na Colômbia".

O grupo seria criado pela Mesa de Conversas que ocorre em Havana desde 2012 e funcionaria como parte da Comissão de Esclarecimento da Verdade, da Convivência e da não Repetição.

No dia 4 de junho, o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pactuaram criar uma futura Comissão da Verdade, que foi cobrado com urgência pela guerrilha, apesar de as partes terem concordado que esse órgão seria formado apenas quando a paz for estabelecida.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcMulheres

Mais de Mundo

Declaração final do G20 defende taxação de super-ricos e pede paz em Gaza e na Ucrânia

Governo Milei vira destaque no G20 ao questionar declaração final e fechar acordo sobre gás

Biden se atrasa e fica de fora da foto de família do G20

'Não é preciso esperar nova guerra mundial para mudar ordem internacional', diz Lula no G20