Rodrigo Londoño: candidatura foi lançada para as eleições de maio de 2018 (Jaime Saldarriaga/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de novembro de 2017 às 14h49.
O partido político das Farc, que surgiu do acordo de paz com a ex-guerrilha na Colômbia, lançou nesta quarta-feira (1º) a candidatura presidencial de seu líder Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, para as eleições de maio de 2018.
"Anunciamos que nosso candidato à presidência da República será Rodrigo Londoño Echeverry, Timochenko", disse Iván Márquez, porta-voz da organização política, em coletiva de imprensa em Bogotá.
Londono, de 58 anos, foi o último comandante dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) antes do grupo depor as armas e se tornar um partido político este ano, depois de assinar a paz em novembro de 2016.
Em julho, Timoshenko sofreu um acidente vascular cerebral que afetou sua fala e o obrigou a viajar a Cuba, onde se recupera.
Apesar dos problemas de saúde, a Força Alternativa Revolucionária do Comum, como passaram a se chamar, o nomeou presidente do partido em setembro.
Além da candidatura presidencial, a organização anunciou suas listas para o Congresso a ser eleito em março, lideradas pelo próprio Márquez, Pablo Catatumbo, Carlos Lozada e Victoria Sandino, ex-negociadores da paz.
Com uma imagem negativa na maioria das pesquisas, as FARC revelaram suas cartas eleitorais, embora o Congresso ainda não tenha definido o sistema judicial ao qual os guerrilheiros deverão se submeter.
De acordo com o acordo de paz, os rebeldes e militares envolvidos no conflito poderão receber penas de prisão alternativas se confessarem seus crimes, indenizar as vítimas e se comprometer a nunca mais cometer violência.
No entanto, falta ser esclarecido se os candidatos das FARC poderão assumir funções públicas sem terem sido julgados pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP).
O pacto de paz garante a eles 10 assentos no Congresso, embora devam concorrer às eleições.