Humberto de la Calle: a primeira rodada das negociações, que buscam pôr fim a um conflito armado de quase meio século, foi destinada ao tema agrário (©AFP / Jorgen Braastad)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 15h11.
Havana - A guerrilha colombiana das Farc elogiou nesta quarta-feira as "Mesas Regionais de Paz", criadas pelo Congresso da Colômbia, afirmando que as mesmas garantem a participação popular no diálogo de paz entre os rebeldes e o governo realizado em Havana.
"A participação popular, insistimos com veemência, é a principal protagonista de um processo como o que decidimos empreender", indicou o grupo em um comunicado lido pelo comandante Ricardo Téllez antes do início da sessão de negociações de paz deste dia.
"Nossa avaliação das Mesas Regionais de Paz - como uma das tantas iniciativas do povo da Colômbia para participar e decidir sobre a paz com justiça social para a nação -, não pode ter nada que não sejam as portas abertas do coração dos que verdadeiramente desejam a reconciliação e o fim da guerra", acrescentou Téllez, cujo nome real é Rodrigo Granda.
Nas Mesas Regionais de Paz foram recolhidas opiniões de milhares de pessoas e de centenas de organizações em várias províncias da Colômbia, em uma iniciativa das Comissões de Paz das duas câmaras do Congresso colombiano.
A primeira fase das Mesas Regionais acaba de terminar, mas serão retomadas em fevereiro, e suas propostas serão entregues às delegações do governo e da guerrilha em Havana.
Além de saudarem "a pluralidade dos participantes de cada uma das Mesas Regionais de Paz", as Farc convocaram a participação no Fórum de Política de Desenvolvimento Agrário Integral, que será realizado em Bogotá de 17 a 19 de dezembro, fruto do primeiro acordo alcançado nas negociações de Havana.
A primeira rodada das negociações, que buscam pôr fim a um conflito armado de quase meio século, foi destinada ao tema agrário. A agenda também inclui drogas ilícitas, participação política, abandono das armas e reparação das vítimas.
Nem a delegação do governo, nem das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, comunistas) divulgaram o assunto abordado nesta rodada, que termina na quinta-feira.
A delegação do governo, que se mantém em silêncio desde o início das negociações, em 19 de novembro, é liderada pelo ex-vice-presidente colombiano Humberto de La Calle.