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Farc e o conflito que marcou a sangue a história colombiana

Relembre os principais momentos do confronto entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano


	Farc: a primeira tentativa de negociação de paz entre governo e Farc começou em 1984
 (Pedro Ugarte/AFP)

Farc: a primeira tentativa de negociação de paz entre governo e Farc começou em 1984 (Pedro Ugarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 08h51.

As Farc marcaram a sangue e fogo a história da Colômbia nos últimos 52 anos, em uma luta pelo poder pela via armada, cujo fim se vislumbrou nesta quarta-feira (24), com o anúncio de um acordo de paz definitivo com o governo.

Relembre abaixo os principais momentos do confronto entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano:

1964: a fundação

O dia 27 de maio de 1964 é considerado a data fundacional das Farc. Foi quando aconteceu o primeiro combate de um grupo de camponeses, liderados por Pedro Antonio Marín, mais conhecido por seu nome de guerra Manuel Marulanda Vélez ("Tirofijo").

Eles resistiam à ofensiva militar em Marquetalia, no centro da Colômbia, considerada pelo governo conservador de Guillermo León Valencia como uma "república independente" de influência comunista.

1984, 1991, 1999: os processos de paz frustrados

A primeira tentativa de negociação de paz entre governo e Farc começou em 28 de março de 1984, quando o presidente Belisario Betancur e a guerrilha instalaram uma mesa de diálogo em meio a uma trégua bilateral.

Essas conversas fracassaram em 1987, assim como outras duas, iniciadas em 1991 com o presidente César Gaviria e, em 1999, com o presidente Andrés Pastrana.

Esse último processo, que durou até 2002, foi conhecido como "Diálogos do Caguán", em referência à essa região de 42.000 km2. O presidente ordenou a desmilitarização dessa área no sul do país para que a guerrilha se concentrasse durante as discussões.

Anos 1990: a escalada rebelde

Os anos 1990 foram marcados por uma estratégia de guerra das Farc que incluiu ataques a povoados, a bases militares e a quartéis de Polícia. Também recorreram ao sequestro de civis para a cobrança de resgates.

Marcaram essa época a tomada da cidade amazônica de Mitú em 1998 - com 37 mortos e 61 policiais caídos em poder dos rebeldes - e o massacre de Bojayá em 2002, onde morreram 79 pessoas em uma igreja, na qual tentavam se proteger dos combates.

Talvez o fato do qual o mundo mais se lembre seja o sequestro, em 2002, da pré-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, libertada seis anos depois pelo Exército.

Seu cativeiro se transformou no símbolo do drama de civis, policiais e militares feitos reféns na Colômbia. Alguns ficaram em poder dos rebeldes por até dez anos.

Anos 2000: o Plano Colômbia e a ofensiva oficial

Em 2000, os Estados Unidos e o governo de Pastrana lançaram o "Plano Colômbia", uma estratégia contra o narcotráfico ampliada para a luta contra a guerrilha.

Graças ao plano, em 15 anos foram enviados US$ 10 bilhões em fundos americanos para equipamento militar e para treinamento no país sul-americano.

Assim, abriu-se uma década de forte ofensiva oficial contra as Farc, liderada pelo presidente Álvaro Uribe (2002-2010). Durante seu mandato, o comando das Farc sofreu duros golpes.

Em 2008, além da morte (que teria ocorrido por causas naturais) de "Tirofijo", mataram Raúl Reyes, o responsável internacional da guerrilha, em uma operação do Exército colombiano no Equador.

A estratégia de cortar a cabeça da guerrilha continuou com Juan Manuel Santos na Presidência. Primeiro, o chefe militar Jorge Briceño - conhecido como "Mono Jojoy" - morreu em 2010 em um bombardeio e, depois, em outra operação, realizada em 2011, foi a vez de Alfonso Cano, sucessor de "Tirofijo".

2012: até o fim da confrontação

Depois da escalada militar, a pedido do presidente Santos e do novo líder das Farc, Rodrigo Londoño, identificado como Timoleón Jiménez ("Timochenko"), lançou-se um diálogo de paz, formalmente, em Oslo, em 18 de outubro de 2012.

A mesa de negociações foi instalada em Havana, em novembro desse mesmo ano, com Cuba e Noruega como avalistas, e Chile e Venezuela, como acompanhantes.

Em 24 de agosto de 2016, as partes anunciaram ter alcançado um acordo de paz definitivo, que deverá ser referendado pelo povo colombiano em um plebiscito em 2 de outubro próximo.

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