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Farc dizem faltar quatro parágrafos para acordo sobre drogas

Governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia retomaram nesta segunda em Cuba seus diálogos de paz em meio à campanha eleitoral do país


	Soldados do exército colombiano com as armas confiscados das Farc: no acordo, persistem diferenças secundárias que as Farc não quis revelar em respeito ao pacto de confidencialidade

	
	
 (Jose Miguel Gomez/Reuters)

Soldados do exército colombiano com as armas confiscados das Farc: no acordo, persistem diferenças secundárias que as Farc não quis revelar em respeito ao pacto de confidencialidade (Jose Miguel Gomez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 17h16.

Havana - O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomaram nesta segunda-feira em Cuba seus diálogos de paz em meio à campanha eleitoral do país e com a intenção de fechar um acordo sobre a questão das drogas e do narcotráfico, que está faltando "três ou quatro parágrafos" segundo a guerrilha.

"Iniciamos o ciclo 25 em meio a uma expectativa nacional muito grande por uma das campanhas eleitorais mas disputadas. Entramos com esperança e levamos nossa vontade de avançar o mais rapidamente possível para anunciar" um acordo sobre drogas e narcotráfico, disse em Havana o guerrilheiro Andrés Paris, conhecido como de Jesús Emilio Carvajalino, em declaração à imprensa.

Segundo os delegados das Farc, existe uma alta porcentagem de consenso - entre 98% e 95% - sobre os três trechos que contêm esse ponto e que são a substituição de cultivos ilícitos; consumo e saúde pública e comercialização e narcotráfico.

No entanto, persistem algumas diferenças secundárias que a guerrilha não quis revelar em respeito ao pacto de confidencialidade que rege na mesa de negociação.

Em todo caso, "nada que não possa ser resolvido", assinalou aos veículos de imprensa o guerrilheiro "Jesús Santrich", cujo verdadeiro nome é Seuxis Paucias Hernández.

"Estamos a três ou quatro parágrafos de resolver" a questão, acrescentou Santrich, enfatizando que o desejo da guerrilha é dar conclusão a esse tema, embora, ponderou, "isso não dependa somente" das Farc.

O governo colombiano e as Farc voltam a sua negociação em Havana quando faltam apenas duas semanas para as eleições presidenciais de 25 de maio, nos quais o governante Juan Manuel Santos visa a renovar seu mandato.

Sobre a disputa eleitoral, as Farc reiteraram que a guerrilha "não está em campanha" nem deseja que "o sentimento de paz dos colombianos" seja manipulado por "interesses eleitoreiros".

"Observamos que os vários candidatos enfocaram a defesa da solução política ao conflito. Resistentes antes, agora todos brigam para vender seu propósito de paz", advertiu Andrés París.

Os negociadores das Farc disseram que esperam "tranquilos" os resultados de uma campanha que, para eles, "não deve interromper os esforços que estão sendo feitos em Havana" para tentar dar fim ao longo conflito colombiano.

A disputa eleitoral se transformou nos últimos dias em um assunto judicial pelas denúncias de financiamento ilegal, espionagem e sabotagem que afetam as candidaturas mais bem situadas nas enquetes sobre intenções de voto quando faltam duas semanas para as eleições.

Para as Farc, esses "reiterados e frequentes escândalos" evidenciam "a podridão do regime colombiano" e suas formas de governo.

A Procuradoria-Geral da Colômbia abriu uma investigação sobre as denúncias do ex-presidente e do senador eleito Álvaro Uribe em torno de um suposto financiamento irregular da campanha de Juan Manuel Santos de 2010.

Uribe (2002-2010) afirmou na semana passada que a Procuradoria deve investigar a "hipótese" de que o publicitário venezuelano J.J. Rendón, ex-assessor de propaganda da campanha de Santos, entregasse US$ 2 milhões para pagar dívidas da eleição de 2010.

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