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Farc asseguram que cumprem o cessar-fogo

Mas a guerrilha afirma que se defenderão se for atacada; o governo se manteve firme ao ordenar que continuem as operações militares para blindar a segurança no país


	Foto tirada de vídeo mostra guerrilheiro das Farc lendo comunicado
 (Carlos Villalon/Karl Penhaul/AFP)

Foto tirada de vídeo mostra guerrilheiro das Farc lendo comunicado (Carlos Villalon/Karl Penhaul/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2012 às 13h58.

Havana - As Farc reafirmaram neste domingo seu 'total acatamento' do cessar-fogo unilateral que foi declarado em 20 de novembro na Colômbia, mas advertiram que a guerrilha tem 'legítimo direito de se defender' se for atacada.

Em comunicado divulgado em Havana, sede dos diálogos de paz entre o grupo rebelde e o governo colombiano, as Farc acusaram o Exército de realizar, em 20 de novembro, uma simulação de enfrentamento no município de Caloto, em Cauca, 'dando a entender que era uma briga com as FARC-EP ', e que depois foi usada para acusar os guerrilheiros de violar o cessar-fogo.

'Nenhuma unidade de combate das Farc-EP nem de milícias bolivarianas operaram nessa área nessa data. Se tratou de uma perigosa simulação do Exército que felizmente não causou dano algum', assinala o grupo insurgente em declaração lida perante os meios de imprensa pelo guerrilheiro Rubén Zamora.

Na nota, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) solicitaram, 'como amostra de transparência', que organizações de direitos humanos nacionais e internacionais, entre outras, verifiquem a atuação da guerrilha no citado fato registrado no conflituoso departamento do Cauca.

'Esta estratégia de armar shows midiáticos é de velho uso por parte do exército na região. Por essa razão, nem os camponeses nem os indígenas do Cauca lhe dão credibilidade', acrescentam.

A guerrilha afirma que sua cessação ao fogo 'se refere especificamente às ações ofensivas contra a polícia e aos atos de sabotagem contra infraestrutura pública e privada'.


'Se a polícia pretende atacar nossas unidades guerrilheiras, estas se encontram em seu legítimo direito de defesa e atuarão conforme este princípio', agregaram.

Frente à decisão do cessar-fogo da guerrilha, que procura criar um bom clima para favorecer as negociações, o governo se manteve firme ao ordenar que continuem as operações militares para blindar a segurança no país e porque não confia que as Farc cumpram a trégua.

As Farc reiteraram suas críticas ao ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, e aos altos comandantes do exército colombiano, 'que vieram tumultuar o processo de diálogo' entre a guerrilha e o Governo.

'Fazemos uma chamada às Forças Armadas e muito especialmente aos oficiais, suboficiais, soldados e policiais patriotas que se somem à busca de uma solução política ao conflito', destacou o guerrilheiro Rubén Zamora.

Como é habitual desde que começaram os diálogos de paz de Havana na segunda-feira, a guerrilha leu esta nova declaração em sua chegada ao Palácio de Convenções da capital cubana, onde prosseguem as negociações entre as Farc e os delegados do Governo colombiano.

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