Havana - As Farc admitiram nesta sexta-feira em Havana que suas ações afetaram a população civil ao longo do conflito na Colômbia, apesar de ela não ter sido "alvo principal nem secundário" desta guerrilha, a qual reiterou que assumirá a responsabilidade que lhe concerne junto às vítimas.
"Estamos conscientes de que nem sempre os resultados de nossas ações foram os previstos ou esperados, e assumimos suas consequências como não pode ser de outra maneira. As Farc assumirão a responsabilidade que lhe concerne", informou o grupo em comunicado divulgado pela equipe de paz da guerrilha.
A declaração, lida pelo guerrilheiro "Pablo Atrato" para a imprensa, sustenta que "é evidente" que como guerrilha as Farc "intervieram de maneira ativa" e "impactaram o adversário e de alguma maneira afetaram a população que viveu imersa na guerra".
No mesmo texto as Farc explicaram que, nos casos em que seus guerrilheiros descumpriram as normas e causaram "danos intencionais" a civis, foram adotadas "medidas sancionadoras" contra os responsáveis.
"Tornamo-nos expressamente responsáveis por todos e cada um dos atos de guerra executados por nossas unidades, conforme as ordens e instruções dadas por nosso comando e assumimos suas derivações", disse a guerrilha.
Com este pronunciamento, os negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desenvolveram hoje o conjunto de "propostas mínimas" que apresentaram à imprensa nas últimas semanas, a propósito da discussão do tema das vítimas do conflito nos diálogos de paz.
O Governo colombiano e as Farc iniciaram em agosto a discussão desse assunto, quarto ponto abordado pela mesa após fecharem pré-acordos nos temas de terras, participação política e drogas ilícitas.
O processo de paz colombiano completará dois anos em novembro próximo e tem sede permanente em Havana.
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1. Inflação baixa
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1/7 (Bloomberg)
A
inflação na Colômbia fechou os últimos 12 meses até abril em
2,72% - um dos menores números da história do país. Aqui no Brasil, a alta dos preços está
acumulada em 6,37% - perigosamente próxima do teto da meta estabelecida pelo governo.
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2. Acordo de livre-comércio com os EUA
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2/7 (Paul Smith/Bloomberg)
Assinado em 2006, o acordo de livre-comércio entre Colômbia e Estados Unidos só foi ser ratificado pelo legislativo americano em 2011 para entrar em vigor em 2012 - e já trouxe um
aumento do fluxo entre os países. O Brasil segue focado no
Mercosul, que negocia com a
União Europeia um acordo que já ficou para, no mínimo, 2015.
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3. Criminalidade em queda
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3/7 (Jaime Saldarriaga/Reuters)
Conhecida como centro mundial do
tráfico de drogas e do crime organizado nos anos 80 e 90, a Colômbia conseguiu
reduzir sua taxa de homicídios pela metade na década passada e enfraquecer as Farc a ponto de tornar iminente um
acordo de paz. O país ainda é mais violento que o Brasil, mas aqui as taxas
continuam aumentando.
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4. Um vencedor do Nobel
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4/7 (Albert Gea/Reuters)
Nascido na Colômbia, onde passou grande parte da sua vida, o escritor e jornalista
Gabriel García Marquéz morreu de câncer aos 87 anos no México. Conhecido como um dos ícones do
realismo fantástico por obras já clássicas como
"Cem Anos de Solidão" e
"O Amor nos Tempos do Cólera", ele recebeu o
prêmio Nobel de Literatura em 1982.
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5. Uma capital que é exemplo em urbanismo
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5/7 (John Coletti/Corbis/Latinstock)
Brasília é um ícone arquitetônico mundial, mas seu projeto urbanístico é polêmico - para dizer o mínimo. Já Bogotá é conhecida por inovações como o sistema de ônibus Transmilênio, criado pela gestão de
Enrique Peñalosa, e por seus mais de 340 km de ciclovias.
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6. Uma popstar internacional
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6/7 (Robert Marquardt/Getty Images)
A cantora colombiana de 37 anos que vai cantar com Ivete Sangalo na festa de encerramento da Copa conseguiu algo raro para artistas latinos: conquistar o mainstream da música pop mundial. Depois que começou a cantar em inglês, ela emplacou o maior hit de 2002 ("Whenever, Wherever") e se tornou uma das artistas femininas de maior sucesso da história, com mais de 60 milhões de discos vendidos.
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7/7 (REUTERS/Kai Pfaffenbach)