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FAO alerta para choque na oferta de alimentos em 2011

FAO alerta que consumidores não terão outra opção senão pagar preços mais altos pelos alimentos

Itens importantes, como o trigo, precisam aumentar produção para que o preço dos alimentos não subam em 2011  (LUIGI MAMPRIN/GUIA RURAL)

Itens importantes, como o trigo, precisam aumentar produção para que o preço dos alimentos não subam em 2011 (LUIGI MAMPRIN/GUIA RURAL)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 17h24.

Londres - Os preços dos alimentos podem subir mais em 2011 se a produção de itens importantes, como o trigo, não aumentar, alerta a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). "Diante da expectativa de queda dos estoques globais, o volume de produção do próximo ano será crucial para a estabilidade, ou não, dos mercados internacionais", afirmou a entidade no relatório "Food Report", divulgado hoje. A entidade diz que o mundo tem que estar preparado para choques de oferta no ano que vem.

Apesar de as cotações de vários produtos agrícolas terem tido forte queda na última semana, ainda registram ganhos expressivos no ano, graças a uma combinação de perdas provocadas por eventos climáticos, políticas de gerenciamento de estoques e desvalorização do dólar.

Recentemente, os preços do açúcar atingiram a máxima de 30 anos e os do café a máxima de 13 anos. Milho, trigo e soja subiram, respectivamente, 49%, 39% e 35% em 2010 até a confecção do relatório da FAO. Após as quedas dos últimos dias, até ontem o milho, o trigo e a soja acumulavam alta de 20%, 6% e 19%, respectivamente.

"Os consumidores não terão outra opção senão pagar preços mais altos pelos alimentos", diz a FAO, observando que a migração de agricultores de um produto para outro, do milho para a soja, por exemplo, pode reduzir a oferta de determinados itens alimentícios. "A produção dos principais cereais tem que crescer substancialmente para atender o consumo e recompor os estoques mundiais", diz a entidade. 

A FAO prevê que a produção mundial de cereais caia 2,1% na safra 2010/11, para 2,22 bilhões de toneladas. Em junho, a entidade esperava um aumento de 1,2%. O consumo deverá crescer 1,3%, para 2,25 bilhões de toneladas. A produção de trigo deverá ceder 5,1% para 647,7 milhões de toneladas e o consumo, aumentar 1,2%, para 668 milhões de toneladas. No caso do açúcar, a produção prevista é de 168,8 milhões de toneladas, um aumento de 7,75%. Já o consumo será de 166,09 milhões de toneladas, um aumento de 2,15%. 

Os estoques mundiais de cereais deverão diminuir 7% no período, com destaque para cevada (baixa de 35%), milho (recuo de 12%) e trigo (queda de 10%). O único estoque a aumentar será o de arroz (alta de 6%). De acordo com a FAO, os custos de importação de alimentos deverão ultrapassar em 2010 o US$ 1 trilhão pela primeira vez desde 2008, quando os preços também atingiram níveis recordes. "Se a pressão do aumento das cotações dos alimentos não for reduzida, a comunidade internacional terá de se manter vigilante e estar preparada para choques de oferta em 2011", disse a organização. As informações são da Dow Jones.

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