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Famílias de vítimas de Airbus terão indenizações diferentes

Apesar de todos terem sido vítimas da mesma tragédia, valores dependem da nacionalidade das vítimas, de onde a passagem foi comprada e de quanto ganhavam


	Equipes de resgate: em desastres aéreos, as indenizações por conta da dor e do sofrimento variam de país para país
 (Reuters)

Equipes de resgate: em desastres aéreos, as indenizações por conta da dor e do sofrimento variam de país para país (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2015 às 09h17.

Berlim/Frankfurt - As famílias dos mortos no voo da Germanwings devem provavelmente receber indenizações bastante diferentes, dependendo da nacionalidade das vítimas, de onde a passagem foi comprada e de quanto ganhavam, apesar de todos terem sido vítimas da mesma tragédia, disseram advogados.

Os pedidos de indenização podem ser feitos onde as passagens foram compradas, no país de origem da companhia aérea, em tribunais no lugar de destino dos passageiros, ou no país de origem das vítimas.

No entanto, em desastres aéreos, as indenizações por conta da dor e do sofrimento variam de país para país, com as vítimas dos Estados Unidos tendendo a receber as indenizações mais altas, seguidas pelos europeus e asiáticos.

O advogado James Healy-Pratt, do escritório Stewarts Law, que está orientando famílias dos mortos nos acidentes da Malaysian Air no ano passado, afirmou que pais britânicos que perdem um filho adulto podem esperar uma compensação de cerca de 20 mil libras (30 mil dólares), enquanto que pais norte-americanos podem esperar 1,5 milhão de libras.

"Isso se dá apesar do fato óbvio de que cada passageiro compartilhou uma experiência similar nos minutos finais do voo”, disse Heally-Pratt, que tem base em Nova York.

Por exemplo, sob a legislação de acidentes fatais, as famílias britânicas podem pedir uma compensação por perda de cerca de 13 mil libras.

Indenizações adicionais são dadas para o custo do funeral, e há um valor, que varia, baseado no quão dependentes financeiramente os familiares eram do morto.

Na Alemanha, os danos são calculados com base na renda da vítima e em outras consequências financeiras da perda.

Não há uma compensação separada por dor e sofrimento, afirmou o advogado alemão Elmar Giemulla, que foi procurado pelos familiares do grupo de crianças estudantes mortas no desastre.

Assim, com a possibilidade de muitos pedidos baseados principalmente em considerações financeiras, as revelações da Lufthansa de que a sua escola de voo sabia da depressão do copiloto Andreas Lubitz não devem afetar os resultados em muitos países, tirando os EUA.

Os 144 passageiros do voo eram de 18 países diferentes, segundo a Germanwings. A maioria era da Alemanha e da Espanha. Três eram dos EUA.

"Você pode ter uma situação em que você tem dois passageiros sentados próximos, mas o valor das indenizações é radicalmente diferente”, afirmou Jim Morris, advogado, com base em Londres, do Irwin Mitchell, que orienta familiares de britânicos e estrangeiros a bordo do avião da Germanwings.

A empresa alemã Allianz, que coordena os seguros relacionados ao caso, disse na quarta-feira que todos os pedidos relacionados ao desastre vão ser processados integralmente, com justiça e da forma mais rápida possível.

A estimativa de custo total inicial da seguradora é 300 milhões de dólares, mas a empresa disse que essa soma pode mudar à medida que novas informações ficarem disponíveis.

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