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Famílias coreanas separadas pela guerra se reúnem pelo 2º dia

Grupo de 89 sul-coreanos viajou na segunda-feira à Coreia do Norte para se reunir com 185 familiares, separados desde a Guerra da Coreia

Familiares separados pela Guerra da Coreia, o conflito civil travado entre Norte e Sul há quase sete décadas, voltaram a se ver nesta terça-feira (Yonhap/Reuters)

Familiares separados pela Guerra da Coreia, o conflito civil travado entre Norte e Sul há quase sete décadas, voltaram a se ver nesta terça-feira (Yonhap/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de agosto de 2018 às 09h14.

Última atualização em 21 de agosto de 2018 às 09h14.

Seul - Familiares separados pela Guerra da Coreia, o conflito civil travado entre Norte e Sul há quase sete décadas, voltaram a se ver nesta terça-feira em um ambiente privado no qual, pela primeira vez nestes encontros, os parentes puderam lanchar a sós.

O grupo de 89 sul-coreanos que viajou na segunda-feira à Coreia do Norte para se reunir com 185 familiares, recebeu hoje a visita no hotel no qual estão hospedados de seus entes queridos por volta das 10h locais (22h de segunda-feira em Brasília), de quem receberam presentes como ginseng e cosméticos, segundo o relato da imprensa local que acompanha os encontros.

Os familiares, que não se viam desde a separação durante a Guerra da Coreia (1950-53), lancharam juntos nos quartos a sós pela primeira vez nos 18 anos em que reuniões deste tipo vêm sendo realizadas, uma privacidade que deixou os participantes satisfeitos.

"Me senti mais livre e melhor", disse Lee Young-boo, uma sul-coreana de 76 anos que viajou para se reunir com dois sobrinhos e uma sobrinha.

Os familiares, que se reencontraram na segunda-feira em um hotel do monte Kumgang, no litoral sudeste norte-coreano, mantiveram outra reunião em grupo pela tarde.

Kim Byeong-oh, um sul-coreano de 88 anos, disse, segurando as mãos da sua irmã Sun-ok, de 81 anos: "É bonita, não é assim?", enquanto ela lamentou que "a paz deve chegar rápido, mas o muro é alto demais".

"Te amo", disse em repetidas ocasiões Kim Hye-ja, de 75 anos, à sua irmã norte-coreana Eun-ha durante o encontro, e acrescentou que se sentia "como em um sonho". "Quero ficar com você. Não quero deixar você ir outra vez", disse Kim à sua irmã.

Amanhã, dia em que terminará a primeira rodada de reuniões, os familiares terão outra oportunidade de se verem em grupo e lanchar antes de retornarem à Coreia do Sul, uma ideia diante da qual alguns expressaram frustração, sabendo que esta poderia ser a última vez em que veem seus entes queridos do Norte.

"Me sinto mal de pensar em despedir-me novamente depois de nos reunirmos pela primeira vez em 70 anos", disse Park Ki-dong, que se encontrou com seu irmão e sua irmã, que vivem no Norte.

A maioria dos sul-coreanos presentes aos encontros desta semana são septuagenários e octogenários, e a mais velha é uma senhora de 101 anos chamada Baik Sung-gyu, segundo dados do Ministério de Unificação de Seul.

Um segundo grupo com mais de 300 sul-coreanos viajará no fim de semana ao Norte para reencontrar entre quinta-feira e domingo 83 familiares que ficaram na faixa norte do paralelo 38.

As duas Coreias organizaram 20 rodadas de encontros no total entre familiares separados nos últimos 18 anos, nos quais participaram aproximadamente 20 mil coreanos.

Sua realização sempre coincidiu com fases de reaproximação entre os dois países, que seguem tecnicamente em guerra, já que o conflito finalizou com um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz.

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