O Governo italiano acolherá os funerais oficiais em memória dos 38 mortos no desabamento da ponte (Massimo Pinca/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 10h06.
Roma - Parentes de 17 vítimas mortais do desabamento de uma ponte em Gênova na terça-feira rejeitaram participar do funeral de Estado que o Governo convocou para amanhã por considerá-lo uma "farsa".
"Não queremos uma cerimônia que seja uma farsa", escreveu nas redes sociais Roberto, pai de Giovanni Battiloro, um dos quatro jovens do município de Torre del Greco, em Nápoles, que se dirigiam de carro para Barcelona para passar férias.
"Meu filho não se transformará em um número na lista de mortes provocadas por uma falta de eficiência italiana", acrescentou, ao mesmo tempo que pediu justiça.
Além de Roberto, Nunzia, mãe de Gerardo Esposito, outro dos quatro amigos napolitanos, apontou aos veículos de imprensa que "o Estado causou isto" e disse que "a visita de políticos foi vergonhosa".
O Governo italiano proclamou para amanhã uma jornada de luto nacional e Gênova acolherá os funerais oficiais em memória dos 38 mortos no desabamento da ponte na terça-feira passada.
A cerimônia será realizada amanhã às 11h30 locais (6h30, em Brasília) e está prevista a presença do presidente da República, Sergio Mattarella, dos presidentes da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, e do Senado, Maria Elisabetta Casellati.
Também o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e os vice-presidentes, Luigi Di Maio e Matteo Salvini, entre outros.
O ato foi convocado em homenagem aos mortos, mas estas famílias preferiram não participar e enterrarão seus parentes de maneira privada.
É o caso dos familiares de Alessandro Robotti e de sua mulher, Giovanna Bottaro, que realizarão um funeral privado amanhã na paróquia do município de Arquata Scrivia (Ligúria), informou a imprensa local.
O resultado provisório do acidente é de 38 mortos, pelo menos três deles crianças, e 15 feridos, segundo números da Delegação do Governo em Gênova.