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Falta de alimentos em campo de refugiados já matou 48

Pelo menos 48 pessoas morreram nos últimos meses por escassez de alimentos e remédios no campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, no sul de Damasco


	Refugiados: últimas duas vítimas da fome e da falta de remédios foram dois homens que morreram ontem
 (AFP)

Refugiados: últimas duas vítimas da fome e da falta de remédios foram dois homens que morreram ontem (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 08h17.

Beirute - Pelo menos 48 pessoas morreram nos últimos meses por escassez de alimentos e remédios no campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, no sul de Damasco, disse nesta segunda-feira à agência Efe o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman.

Abderrahman explicou por telefone que há meses há choques entre as forças do regime e os rebeldes nos arredores do campo, que está cercado pelas autoridades que impedem a entrada de ajuda humanitária.

As últimas duas vítimas da fome e da falta de remédios foram dois homens que morreram ontem.

"Os civis estão sofrendo muito em Al Yarmouk, onde há uma ampla incidência da desnutrição e ausência de atendimento médico à população, inclusive para os feridos no conflito e as grávidas", disse à agência Efe pela internet o porta-voz da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Christopher Gunness.

"Os residentes de Al Yarmouk, entre eles crianças, subsistem há longo tempo com uma dieta de verduras podres, ervas, pasta de tomate em pó, comida de animais e especiarias dissolvidas em água", acrescentou.

Segundo o porta-voz, as crianças sofrem em Al Yarmouk de doenças derivadas da desnutrição, como anemia, raquitismo e "kwashiorkor" (desnutrição extrema que se manifesta através de edemas).

Gunness acrescentou que há um ano não há nem eletricidade nem calefação no campo de refugiados, e seus moradores queimam móveis e galhos nos terraços dos edifícios para se aquecer.

A isso se soma o fato de a provisão de água ser intermitente, apenas por quatro horas a cada três dias.

"Al Yarmouk permanece fechado à ajuda humanitária e é um lugar onde se tornou normal para os palestinos e sírios que vivem nele o sofrimento humano extremo numas condições muito duras", ressaltou.

Gunness destacou que "é imperativo que as autoridades sírias e de outras partes permitam e facilitem a entrada de ajuda humanitária a Yarmouk para atender os civis".

Antes do início do conflito sírio, em março de 2011, mais de 150 mil refugiados palestinos viviam em Yarmouk. Atualmente esse número é desconhecido, já que muitos fugiram para outros locais.

Os insurgentes tomaram seu controle em dezembro de 2012 e desde então se tornou palco de confrontos entre a oposição e as forças do governo. E desde julho de 2013 as autoridades mantêm um cerco em torno de Al Yarmouk.

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