Ao mesmo tempo, José Eduardo Dutra está irredutível na intenção de renunciar ao cargo amanhã de presidente nacional do PT (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2011 às 14h36.
Brasília - O deputado estadual Rui Falcão deve permanecer como presidente interino do PT até setembro, quando o partido promoverá um congresso extraordinário para reformar o seu estatuto. Por problemas de saúde, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, está irredutível na intenção de renunciar ao cargo amanhã, na reunião do Diretório Nacional petista.
O mandato-tampão é visto por muitos petistas como alternativa para evitar uma sucessão apressada no partido da presidente Dilma Rousseff. Em setembro, por ocasião do congresso do PT, o diretório pode se reunir e escolher o novo presidente. "Queremos fazer um grande ato político", afirmou Francisco Rocha, coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB). Há, porém, divergências sobre a condução do processo dessa forma. "Se o Dutra realmente sair, precisamos eleger logo um novo presidente", disse o deputado Ricardo Berzoini (SP). Antecessor de Dutra no comando do PT, Berzoini afirmou que a interinidade provocará mais desgaste, além de "especulações".
Cotado para ocupar o cargo, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não quis esticar a polêmica. "Estou fora dessa cogitação", afirmou. Ex-ministro da Saúde, Costa é, atualmente, o nome com maior trânsito no Palácio do Planalto. Mesmo assim, o mais provável é que a escolha do presidente do PT fique para setembro.
Rui Falcão já presidiu o PT em 1994, quando Luiz Inácio Lula da Silva disputou a segunda eleição presidencial. No ano passado, foi um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência e entrou em rota de colisão com Fernando Pimentel, hoje ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. À época, tanto Falcão quanto Pimentel tiveram os nomes envolvidos em denúncias relativas à espionagem de tucanos. Os dois sempre negaram as acusações.