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Faixa de Gaza: comunidade internacional amplia esforços para levar ajuda à região

Um primeiro navio com 200 toneladas de mantimentos zarpou na terça-feira do porto de Larnaca (Chipre) em direção a Gaza, utilizando um corredor marítimo estabelecido pela UE e vários países

A ilha do Chipre, a 370 km das costas do território palestino, anunciou que está preparando outro carregamento "muito maior" (AFP)

A ilha do Chipre, a 370 km das costas do território palestino, anunciou que está preparando outro carregamento "muito maior" (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de março de 2024 às 10h14.

A comunidade internacional intensifica os esforços nesta quarta-feira, 13, para enviar ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, cercada e bombardeada por Israel, e onde a fome é utilizada como "arma de guerra", segundo o chefe da diplomacia da União Europeia (UE).

Um primeiro navio com 200 toneladas de mantimentos zarpou na terça-feira do porto de Larnaca (Chipre) em direção a Gaza, utilizando um corredor marítimo estabelecido pela UE e vários países.

A embarcação, da ONG espanhola Open Arms, avança lentamente e nesta quarta-feira estava a 260 quilômetros do território palestino, segundo o site Vessel Finder.

A ilha do Chipre, a 370 km das costas do território palestino, anunciou que está preparando outro carregamento "muito maior".

Além do navio da Open Arms, quatro embarcações do Exército americano zarparam da costa leste dos Estados Unidos com mais de 100 soldados e os equipamentos necessários para a construção de uma doca temporária e um cais em Gaza para a entrega de ajuda humanitária.

A instalação deve ser concluída em 60 dias, segundo as autoridades americanas.

A guerra entre Israel e Hamas, que começou após o ataque sem precedentes do grupo islamista em território israelense no dia 7 de outubro, deixou pelo menos 31.272 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o balanço mais recente do movimento palestino.

A ONU teme uma "fome generalizada" entre os 2,4 milhões de habitantes do pequeno território, governado pelo Hamas desde 2007.

Sem uma trégua à vista e com a ajuda humanitária por via terrestre controlada por Israel, vários países buscam alternativas, por mar e pelo ar.

"Projeto piloto"

Seguindo uma iniciativa da Jordânia, vários países, incluindo Estados Unidos e França, aderiram à iniciativa de lançar alimentos e suprimentos médicos por via aérea. A Alemanha anunciou nesta quarta-feira que também adotará a medida.

Mas os envios por mar e ar não podem substituir a ajuda por via terrestre, insiste a ONU.

"Quando estudamos formas alternativas de levar ajuda, por mar ou pelo ar, temos que recordar que temos que fazer isto porque a rota terrestre habitual está fechada. Artificialmente fechada", disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, em um discurso no Conselho de Segurança da ONU.

"Matar as pessoas de fome está sendo utilizando como arma de guerra", criticou.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, ao menos 27 pessoas morreram vítimas de desnutrição e desidratação, a maioria crianças.

O Exército israelense anunciou um "projeto piloto" que permitiu a entrada na terça-feira de seis caminhões do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, diretamente no norte da Faixa de Gaza.

Os caminhões com ajuda humanitária entram a conta-gotas por Rafah, no extremo sul do território, perto da fronteira com o Egito.

O PMA, no entanto, afirma que são necessários 300 caminhões por dia para aliviar as enormes necessidades da população, à beira da fome.

"Terminar o trabalho"

Testemunhas relataram bombardeios nesta quarta-feira no sul do território palestino. O governo do Hamas informou que 88 pessoas morreram nas últimas 24 horas.

Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, permanece firme em sua ofensiva contra o Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, UE e Estados Unidos.

"Para vencer esta guerra, devemos destruir os batalhões do Hamas que restam em Rafah", onde centenas de milhares de pessoas estão refugiadas, disse.

"Vamos terminar o trabalho em Rafah e deixaremos que a população civil permaneça fora de perigo", acrescentou o premiê, que prometeu "aniquilar" o Hamas após o ataque de 7 de outubro.

Quase 1.160 pessoas foram assassinadas no ataque em território israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses, e mais de 250 foram sequestradas. No total, 130 reféns continuam detidos em Gaza, dos quais 32 teriam sido mortos, segundo Israel.

Como resposta, Israel iniciou uma campanha militar contra o território palestino, com bombardeios em larga escala e uma ofensiva terrestre que permitiu o avanço de seus soldados do norte ao sul da Faixa.

Na fronteira entre Israel e Líbano, as hostilidades não param desde o início da guerra, entre o Exército israelense e o movimento Hezbollah, apoiado pelo Irã e aliado do Hamas.

O Hamas anunciou nesta quarta-feira a morte de um integrante de seu braço armado, Hadi Mustapha, em um bombardeio atribuído ao Exército israelense no sul do Líbano.

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