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Neonazistas organizam protestos anti-imigração na Alemanha

Com a forte onda migratória que atinge a Europa, Merkel enfrenta resistência de parte da população sobre o acolhimento dos imigrantes na Alemanha

Merkel: a Alemanha enfrenta várias manifestações da extrema direita conta a presença de imigrantes no país (Hannibal Hanschke/Reuters)

Merkel: a Alemanha enfrenta várias manifestações da extrema direita conta a presença de imigrantes no país (Hannibal Hanschke/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 10h36.

Última atualização em 30 de agosto de 2018 às 12h39.

A extrema direita alemã mantém pressão máxima sobre a chanceler Angela Merkel e sua política de imigração, com uma nova manifestação marcada para esta quinta-feira à noite em Chemnitz, epicentro do protesto antiestrangeiro, e outra no sábado.

Um exemplo deste clima tenso, especialmente na ex-Alemanha Oriental, foi o ataque contra um jovem sírio de 20 anos, vítima de insultos e espancamentos xenófobos, realizado por três pessoas em Wismar, no norte da Alemanha, na noite de quarta-feira.

A vítima teve o nariz quebrado e hematomas no rosto e no tórax, segundo a polícia, que abriu uma investigação e procura os agressores.

Após as manifestações organizadas no domingo e segunda-feira passados, a extrema-direita pretende perturbar na tarde desta quinta-feira uma reunião planejada entre autoridades e moradores de Chemnitz, onde os distúrbios começaram.

No domingo, cerca de 800 pessoas se manifestaram na mesma cidade, onde grupos ultradireitistas e neonazistas se organizaram para realizar uma "caça aos estrangeiros".

No dia seguinte, cerca de 6.000 pessoas voltaram para se reunir - alguns fazendo a saudação nazista - e enfrentaram centenas de pessoas da esquerda radical, ante uma mobilização policial insuficiente.

Preocupação na ONU

"Merkel deve partir", gritavam os manifestantes em Chemnitz agitando bandeiras da Alemanha e do partido de extrema direita AfD. "Impeçam os pedidos de asilo" e "Defendam a Europa!" - diziam vários cartazes.

Merkel denunciou na segunda-feira uma "caça coletiva" de imigrantes por parte de militantes de extrema direita na Alemanha após o incidente em Chemnitz.

"O que temos visto não cabe em um Estado de direito", declarou a chanceler.

"O que vemos são caças coletivas, o que vemos é o ódio nas ruas, e isso não tem nada a ver com o Estado de direito", enfatizou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos chamou as manifestações de "chocantes" na quarta-feira.

"Acho fundamental que os políticos de toda a Europa informem isso", disse Zeid Ra'ad Al Hussein.

Depois dessas manifestações, o movimento previsto para esta quinta-feira é um verdadeiro teste de fogo para as forças de segurança, amplamente criticadas por terem subestimado a magnitude da mobilização nas ruas.

A polícia local receberá reforços de toda a Alemanha.

As manifestações dos últimos dias foram convocadas após a morte de um alemão de 35 anos, esfaqueado durante uma briga e festa no fim de semana por razões desconhecidas.

A polícia prendeu dois suspeitos, um sírio e um iraquiano, acusados de terem agido depois de um bate-boca.

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