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Extrema-direita alemã se empolga com chance de novas eleições

Possibilidade surgiu após fracassar a tentativa da chanceler, Angela Merkel, de formar um governo estável com os liberais e os verdes

Alice Weidel: "ficaremos alegres com uma eventual convocação de eleições" (Axel Schmidt/Reuters)

Alice Weidel: "ficaremos alegres com uma eventual convocação de eleições" (Axel Schmidt/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 09h50.

Berlim - O partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) expressou nesta segunda-feira sua satisfação perante a possibilidade da convocação de novas eleições gerais no país após fracassar a tentativa da chanceler, Angela Merkel, de formar um governo estável com os liberais e os verdes.

"Ficaremos alegres com uma eventual convocação de eleições", declarou em coletiva de imprensa a líder parlamentar da AfD, Alice Weidel, cabeça da lista nas eleições de 24 de setembro junto ao veterano político Alexander Gauland.

A AfD conseguiu 12,6% dos votos nas eleições do último dia 24 de setembro, se tornando a terceira força, atrás apenas dos conservadores e social-democratas, e Gauland afirmou que, segundo as pesquisas, suas expectativas para novos pleito são "ainda melhores".

Ambos dirigentes comemoraram ainda o fato de que não tenha sido possível pactuar uma coalizão de governo na qual participem os verdes, por rejeitar seu programa na política ambiental e de imigração.

Segundo sua opinião, o fracasso dessa coalizão é "um êxito" da AfD e não dos liberais, que deram por encerradas ontem à noite as negociações com conservadores e verdes.

Esse governo tripartite era a única fórmula com a qual Merkel teria contado com uma maioria estável no parlamento para seu quarto mandato, após os social-democratas terem rejeitado a reedição da grande coalizão com os conservadores da chanceler.

"A senhora Merkel fracassou e é hora dela deixar o posto de chanceler", destacou Gauland.

A AfD, que no pleito de 2013 não alcançou por poucos décimos o patamar de 5% dos votos exigidos para entrar no Bundestag (câmara baixa alemã), foi ganhando apoio ao longo da última legislatura com um discurso de tinturas xenófobas após a crise dos refugiados, durante a qual chegaram à Alemanha cerca de 1,2 milhão de solicitantes de asilo.

A pretensão dos verdes de suspender as restrições impostas ao reagrupamento familiar dos chegados à Alemanha que receberam algum tipo de proteção foi um dos principais empecilhos nas negociações.

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